Hypera nega combinação com EMS, mas Carlos Sanchez segue trabalhando nos bastidores, fazendo ajustes pesados para evitar que a ação da holding mexicana vá ladeira abaixo, em um road show para acionistas relevantes.
A fusão entre EMS e Hypera está se tornando uma realidade, com o script da possível combinação dos negócios sendo escrito como o esperado. A EMS fez a proposta pela Hypera, mas a companhia listada na bolsa deu um sonoro não, o que não impediu os players de começarem a se movimentar. Agora, a fusão parece ser o próximo passo lógico.
No entanto, a incorporação de uma empresa pela outra não é um processo simples. A EMS precisará superar os obstáculos e convencer os acionistas da Hypera de que a combinação é o melhor caminho para o futuro. O negócio pode ser complexo, mas os especialistas acreditam que a fusão pode trazer benefícios para ambas as partes. Agora é hora de agir e fazer com que a fusão se torne uma realidade.
A Fusão em Questão
A EMS tem mantido um diálogo constante com os acionistas sobre os benefícios da fusão. Na terça-feira, 23 de outubro, foi iniciado um road show com acionistas em São Paulo, seguido por conversas no Rio de Janeiro e, posteriormente, fora do Brasil. Segundo uma fonte familiarizada com os termos do negócio, ‘nada do que está acontecendo é uma surpresa para a EMS’. O interesse e apetite de Carlos Sanchez, o controlador da EMS, permanecem inalterados, e todas as tentativas serão feitas para que a combinação saia do papel.
A visão é que o ego de João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, um dos principais acionistas da Hypera, tem falado mais alto. Com 21,4% da empresa, ele está tentando influenciar os outros acionistas que somam quase 80%. No entanto, um profissional que sabe os detalhes da proposta comenta que ‘o Júnior vai perguntar para os acionistas se eles estão contentes com o desempenho da Hypera’.
Desafios na Fusão
Um fato que chama atenção é que a EMS não teria sido chamada para abrir seus números e informações para que a Hypera pudesse avaliar. Além de Júnior, os outros acionistas relevantes são a holding mexicana Maiorem – uma forte aliada de Júnior, que conta com 14,7% da Hypera – e a Votorantim, com 5,1%. Um gestor que tem acompanhado o movimento de perto diz que ‘Júnior é um cara pragmático e vai brigar pelo melhor preço’.
Ele acrescenta que ‘não podemos esquecer que, na última sexta-feira (18 de outubro), a Hypera anunciou ajustes pesados e a ação estava indo ladeira abaixo, só subiu por conta da oferta da EMS’. Antes de a proposta da EMS ser tornada pública, os papéis da Hypera caíam 15% na B3, na segunda-feira, 21 de outubro. A tendência só foi revertida com a proposta da companhia de Carlos Sanchez.
O Futuro da Fusão
Não é, evidentemente, uma transação fácil de ser concretizada. Envolve dois bilionários com representatividade no setor e os termos de governança terão de ser observados com lupa. ‘Mas, se o negócio não sair, as ações da Hypera vão desabar e vai demorar para recuperar’, diz o gestor com o qual o NeoFeed conversou. Uma retomada virá em doses (bem) homeopáticas. A EMS propôs uma incorporação da Hypera em um negócio de R$ 3,8 bilhões, mas a aprovação não é ‘tão óbvia’, destacam analistas.
Fonte: @ NEO FEED
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