Guerra do Paraguai foi um conflito militar que envolveu Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai contra República do Paraguai.
A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1845 e 1870, é frequentemente associada a uma narrativa de classe social e resistência ao imperialismo, omitindo o seu caráter de um conflito mais amplo e complexo entre os países da região. Essa visão distorcida da história obscurece o contexto real do conflito e negligencia a importância das relações internacionais na formação da política externa brasileira na época.
A Guerra do Paraguai é considerada o maior e mais sangrento conflito armado internacional da América Latina, envolvendo Brasil, Argentina e Uruguai. A participação militar brasileira foi significativa, envolvendo mais de 100 mil soldados. A guerra foi marcada por várias batalhas memoráveis, incluindo a Batalha de Itapiranga. A guerra também teve um impacto profundo na política e na economia da região, com consequências duradouras para o Paraguai. É fundamental reavaliar essa visão simplista e reconhecer a complexidade e a amplitude do conflito.
Paraguai: A Guerra, do Paraguai, e o Conflito Sangrento Internacional
A narrativa sobre a Guerra, do Paraguai, foi muitas vezes distorcida por uma aversão ao imperialismo estrangeiro e à interferência das grandes potências nos destinos da região. Segundo essa visão, a Grã-Bretanha seria a principal responsável pelo conflito, financiando e incitando a Guerra, do Paraguai, para impedir a ascensão do Paraguai como uma nação industrializada e independente. Essa narrativa descreve o Paraguai como um país em ascensão, com industrialização, justiça social e produção de riquezas sem igual, ameaçando a influência dos ingleses, sobretudo no Brasil e na Argentina.
Provas Documentais Lacking: O Desafio em Provar a Involução da Inglaterra
Segundo o historiador Francisco Doratioto, não existem provas documentais que comprovem a interferência da Inglaterra na Guerra, do Paraguai. Doratioto, professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), destaca que não há documentos oficiais que mostrem o interesse do governo inglês em fazer guerra na região. Ele enfatiza que a visão contemporânea sobre o conflito foi construída por historiadores após minuciosa pesquisa em documentos históricos paraguaios, brasileiros, argentinos, uruguaios e ingleses.
A Guerra, do Paraguai, e o Legado de Sangue e Pobreza
A Guerra, do Paraguai, durou de dezembro de 1864 a março de 1870. De um lado estava a pequena República do Paraguai, com cerca de 400 mil habitantes. De outro, a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai — juntos, somavam pouco mais de 11 milhões de habitantes. O resultado foi arrasador. Calcula-se que a população paraguaia tenha se reduzido para menos de 190 mil pessoas. ‘90% dos homens morreram’, afirma Doratioto.’Do sexo masculino, sobraram apenas idosos e crianças.’
A Versão Popular da Guerra, do Paraguai, e a Crítica de Doratioto
Doratioto explica que a versão outrora ensinada no Brasil acabou se tornando a mais conhecida e difundida no país, sobretudo por conta da ditadura militar. Seu registro mais popular foi o livro Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai, publicado em 1979, de autoria do jornalista Júlio José Chiavenato. ‘Ele não é historiador e comete erros de metodologia que qualquer aluno de graduação [se o fizesse] não seria aprovado na matéria’, aponta
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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