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Caleb Everett, linguista que viveu com os pirahãs, escreveu sobre diversidade linguística, culturas diversas e línguas africanas em revistas científicas.
Todos nós humanos vivemos no mesmo mundo e temos experiências semelhantes. Por isso, todas as línguagens faladas no planeta possuem as mesmas categorias básicas para expressar ideias e objetos — refletindo essa experiência humana comum.
É fascinante como o idioma que escolhemos para falar pode moldar nossa visão de mundo. A maneira como usamos a línguagem influencia diretamente nossa forma de pensar e interagir com o ambiente ao nosso redor. universais básicos
Línguagem e Culturas Diversas
A importância da línguagem é um tema recorrente entre os estudiosos da linguística, e Caleb Everett, renomado linguista americano, traz uma perspectiva única sobre como as línguas influenciam nossa percepção do mundo. Em suas pesquisas na Amazônia brasileira, ele descobriu que os conceitos básicos nem sempre são universais e que diferentes idiomas moldam a maneira como vemos e pensamos sobre o tempo, o espaço e os números.
Ao analisar as línguas africanas percebidas e as revistas científicas mencionadas, Everett destaca a diversidade de pensamento que surge devido à variedade de idiomas existentes. Em seu livro mais recente, ‘A Myriad of Tongues: How Languages Reveal Differences in How We Think’, ele explora como as línguas revelam nuances na forma como concebemos o mundo ao nosso redor.
Em suas interações com as línguas africanas percebidas, Everett destaca a riqueza e complexidade das diferentes formas de expressão linguística. Ele aponta que algumas línguas têm um vocabulário extenso para descrever conceitos como tempo, enquanto outras, como a Tupi Kawahib, carecem de palavras para certos conceitos.
A experiência de Everett, crescendo em meio a culturas diversas e línguas africanas percebidas, moldou sua visão sobre a relação entre língua e pensamento. Ele argumenta que a forma como aprendemos e entendemos os números não é universal, mas sim moldada pela língua que falamos e pela cultura em que estamos imersos.
Em seu livro anterior, ‘Numbers and the Making of Us: Counting and the Course of Human Cultures’, Everett desafia a ideia de que os números são um conceito natural e inato. Ele ressalta que a forma como concebemos quantidades varia amplamente entre culturas e idiomas, refutando a existência de uma forma universal e ‘natural’ de aprender números.
Ao explorar as línguas africanas percebidas e as formas universais naturais de pensamento, Everett nos convida a refletir sobre a complexidade da relação entre língua e cultura. Seu trabalho lança luz sobre a diversidade de perspectivas que surgem da multiplicidade de línguas e culturas ao redor do mundo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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