Povo de Gaza vive com medo de novo êxodo após declaração de Trump sobre retirada. Conflito com Israel muda desde 1948 e segue relevante hoje em dia, envolvendo política e território.
Com o término da Guerra de 1948, o exodo palestino ocorreu, resultando na perda de território e na formação da Faixa de Gaza, área disputada pelo Estado de Israel. Em 1949, o Acordo de Armistício entre Israel e o Egito deu origem à Faixa de Gaza, que foi ocupada pela Força de Emergência das Nações Unidas em 1949. No ano de 1967, a Guerra dos Seis Dias levou à ocupação israelense da Faixa de Gaza. Nesse contexto, a Nakba é lembrada como um desastre coletivo, marcando o início da luta palestina por direitos humanos e território.
A Nakba é uma guerra que ainda perdura, afetando a vida de milhões de refugiados palestinos. A deslocação forçada de uma população concentrada em um território reduzido é um aspecto marcante da Nakba, resultando em uma realidade de refugiados apática e um cenário humanitário crítico. A Nação Palestina, embora não seja reconhecida internacionalmente como tal, vem lutando por soberania e o direito de reverter a ocupação de seu território.
Memória dolorosa de 75 anos de exodo palestino
A Nakba, o dia em que a desgraça atingiu o povo palestino, não é apenas um lembrete triste da história. É um alerta para o futuro, um chamado para que o mundo entenda a necessidade de justiça e equidade para os refugiados palestinos. Com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Washington, a luta pelos direitos dos palestinos continua, como um exilado em Rafah, Ihab Ahmed, declarou à France Presse: ‘O mundo precisa entender esta mensagem: não sairemos como aconteceu em 1948’. Ahmed fez referência à guerra de 1948, quando a Nakba ocorreu, marcando o início da catástrofe para os palestinos.
Conflito israelo-palestino: um desastre de 75 anos
A Nakba, ou al-Nakba, é o termo árabe para catástrofe ou desastre. Para o povo palestino, é uma lembrança dolorosa do exodo em 1948. Estima-se que cerca de 700 mil pessoas tenham fugido ou sido forçadas a deixar suas casas no que hoje é Israel e nos territórios palestinos. Por quê? A história é longa e complexa, mas a Nakba foi o resultado de um conflito político e territorial que começou com a partilha da Palestina pelo Reino Unido após a Primeira Guerra Mundial.
Política e conflito: a criação de Israel
A administração civil britânica operou de 1920 a 1948, mas um número crescente de judeus se mudou para a região, acreditando ser a pátria ancestral. Após o Holocausto, um plano de partilha da Palestina foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1947, prevendo a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A Liga Árabe rejeitou o plano, enquanto a Agência Judaica o aceitou. Em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel foi proclamado, e em reação, uma coalizão de cinco Estados árabes declarou guerra, mas acabou sendo derrotada por Israel em 1949.
A deslocação e o exodo
Antes do conflito, entre 200 mil e 300 mil palestinos fugiram ou foram forçados a deixar suas casas. Durante os combates, outros 300 mil a 400 mil foram deslocados. O número total é estimado em cerca de 700 mil palestinos. Ao longo da guerra árabe-israelense, mais de 400 vilas árabes foram destruídas. O massacre de Deir Yassin, com pelo menos 100 mortos, incluindo mulheres e crianças, desencadeou um medo generalizado entre os palestinos e levou muitos a deixarem suas casas.
Refugiados e a luta pela justiça
Ao fim da guerra, Israel detinha cerca de 40% da área original da Palestina. A Nakba é um lembrete da história e da luta dos palestinos por justiça e equidade. Com a proposta de Netanyahu, a luta continua, e o mundo precisa entender a necessidade de resolver o conflito israelo-palestino para que os refugiados possam voltar às suas terras. A Nakba é um alerta para o futuro, um chamado para que o mundo entenda a necessidade de justiça e equidade para os palestinos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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