Aumento de 58,3% de mortes de adolescentes, em SP, sob Tarcísio, com câmeras corporais em discussão.
Na última quarta-feira, a cidade de Santos encerrou o mês de Maio com uma estatística sombria: a morte de um adolescente de 17 anos e de um menino de 4 anos durante ação policial. O que muitos podem não saber, é que essa não é a primeira vez que a polícia está envolvida em mortes de jovens, fazendo lembrar a estatística de mortes de adolescentes, que já é alarmante. De acordo com uma informação publicada, desde 2023 o número de mortos de adolescentes já ultrapassa 69.
Desde o início do ano 2023, quando o atual comandante da polícia civil tomou posse, o número de mortes de adolescentes segue crescendo. Um atendimento a cada 9 dias, são os dados reais, que indicam uma necessidade de mudanças nas estratégias de segurança pública no estado. A polícia ainda não divulgou os detalhes das investigações, mas a sociedade já começa a reclamar por mais segurança e transparência.
Levantamento aponta aumento de 58,3% no número de adolescentes mortos em SP
Em 2023, o estado de São Paulo registrou um aumento de 58,3% no número de adolescentes mortos em ação policial, comparado ao mesmo período em 2022. De acordo com um estudo do Instituto Sou da Paz, 38 adolescentes foram mortos entre janeiro e dezembro do ano passado, enquanto 24 menores de 18 anos foram vítimas de intervenção policial no mesmo período do ano anterior.
Adolescentes negros são mais vulneráveis
Os números do estudo mostram que 68% das vítimas são negras, com 58% sendo pardos e 10% pretos. Além disso, os jovens negros, moradores de periferia, que evadiram da escola e saíram de medidas socioeducativas, têm maior chance de morrer em ação policial. Essa população também é mais propensa a evadir da escola e sair de medidas socioeducativas, o que aumenta seu risco de ser alvo de intervenção policial.
Aumento da letalidade policial
O estudo também destaca que a letalidade policial aumento em São Paulo em 2023, com 504 mortes em ação policial, o que representa um aumento de 58,3% em relação ao ano anterior. Isso ocorre apesar da disponibilidade das câmeras corporais em SP, que deveriam reduzir a letalidade policial. No entanto, especialistas afirmam que os policiais desrespeitam a determinação de usar os equipamentos.
Políticos incentivam a letalidade policial
Rafael Rocha, coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, afirma que os políticos em SP incentivam a letalidade policial e o confronto. ‘Desde o governador, passando pelo secretário de Segurança [Guilherme Derrite], o comando da PM, todos eles incentivam a letalidade policial, o confronto’, disse ao UOL. Esse discurso de incentivo ao confronto foi evidente durante a Operação Escudo no ano passado, que deixou 56 mortos na Baixada Santista.
Comissões de mitigação de risco
As comissões de mitigação de risco, estabelecidas em 2020 para aprimorar o trabalho de policiais envolvidos em ocorrências com letalidade, estão sendo extintas. ‘Estão sendo extintos todos os mecanismos de suporte e revisão’, afirma Rafael Rocha. O coordenador do Instituto Sou da Paz também critica o governador e o secretário de Segurança por serem contra o controle da força policial.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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