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Treinador é contra acabar com os torneios estaduais devido à longa maratona de jogos do campeonato extremamente competitivo. Mudança não é bem aceita.
Já reconhecido como um dos principais treinadores da história do Palmeiras e do futebol brasileiro em geral, Abel Ferreira está presente aqui há quase quatro anos, mas compreende bem como a ‘maratona‘ de jogos pode ser exaustiva. Com diversos campeonatos no calendário e pouca margem de tempo para recuperação, o português destacou em um longo desabafo, após a vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, esse aspecto como um dos maiores desafios do futebol brasileiro. ‘No meu livrinho (risos), tem um capítulo onde abordo as coisas boas que o futebol brasileiro possui e outras que podem ser aprimoradas.
Além disso, Abel Ferreira ressaltou a importância de uma melhor organização da agenda de jogos, visando o bem-estar dos atletas e a qualidade do espetáculo oferecido aos torcedores. Com um olhar crítico e construtivo, o técnico português busca contribuir para a evolução do futebol nacional, buscando equilibrar a intensidade da competição com o cuidado com os jogadores.’
Proposta de Mudanças no Calendário do Futebol Brasileiro
Sou totalmente contrário a acabar com o Paulistão, pois é inegável que se trata de um campeonato altamente competitivo. Após diversas reuniões realizadas, onde todos puderam expressar suas opiniões, percebo a importância de considerar o ponto de vista dos times menores.
Já expressei à minha direção o que acredito ser necessário. A distribuição da receita deve ser equitativa. Para que os clubes diminuam a quantidade de jogos, é fundamental que tenham acesso a uma fatia maior do montante financeiro. Se o Palmeiras recebe 20, deveria passar a receber 15, visando a redução dos estaduais. Compreendo que é preciso coragem para implementar mudanças, mas quando a alteração é necessária para beneficiar o futebol brasileiro, é imperativo agir.
Uma mudança significativa foi realizada na Libertadores, que há alguns anos adotou a final em jogo único, seguindo o modelo da Uefa Champions League. Houve uma grande alteração no futebol sul-americano, onde a final era disputada em dois jogos. A mudança para uma final única resultou em um aumento significativo nas receitas televisivas. Essa mesma abordagem poderia ser aplicada à Copa do Brasil e ao Campeonato Paulista.
A reflexão sobre o calendário esportivo, com o intuito de valorizar o futebol brasileiro, especialmente os clubes menores, é essencial. Os dirigentes precisam dedicar atenção a esse aspecto. É fundamental considerar a intensidade e o ritmo dos jogos, o que requer tempo. Em 2023, o Manchester City participou de todas as finais e disputou 63 partidas. Enquanto isso, estamos no meio do ano e já realizamos cerca de 40 jogos. O número de partidas no Brasil é excessivo, dada a extensão do país. As comparações com Portugal são inviáveis devido às longas viagens e deslocamentos enfrentados pelos times brasileiros.
É crucial pensar com cuidado e priorizar o futebol brasileiro para encontrar soluções adequadas. Caso contrário, será difícil implementar as mudanças necessárias.
Enquanto as sugestões de Abel ainda não são consideradas, o Palmeiras tem pouco tempo para se preparar para o próximo desafio, contra o Fluminense, no Maracanã, na quarta-feira (24).
Próximos Compromissos do Palmeiras
– Fluminense (Fora) – 24/07, 21h30 (de Brasília) – Brasileirão
– Vitória (Casa) – 27/07, 19h (de Brasília) – Brasileirão
– Flamengo (Fora) – 31/07, a definir – Copa do Brasil
Fonte: @ ESPN
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