Movimento das águas e deformação da pedra, unidades de ar-condicionado de alto padrão em edifícios de areia, camadas analisaram 325 imagens de satélites com movimento.
Edifícios luxuosos, como o Porsche Design Tower, encontram-se em risco de afundamento na costa de Miami, devido ao deslocamento de camadas de sedimentos e à erosão das varandas marítimas. Essa preocupação ganha força com a publicação de estudo da Universidade de Ciências Marinhas, Atmosféricas e da Terra da Universidade de Miami.
De acordo com o relatório, já são aproximadamente 35 os edifícios que estão afundando na região costeira entre Miami Beach e Sunny Isles Beach. Além da perda de valor imobiliário, a situação também representa um risco significativo para os moradores e frequentadores dos ambientes. Estes edifícios, em sua maioria, apresentam sinais claros de afundamento, com problemas estruturais que exigem intervenção imediata. O estudo destaca a importância de medidas preventivas para evitar a continuidade desse processo de afundamento, que pode ter consequências catastróficas, como desabamentos imprevistos, além do impacto visual decorrente da perda de estruturas arquitetônicas históricas. O resultado do estudo realça a necessidade de um diagnóstico preciso dos edifícios em questão, buscando identificar os principais fatores responsáveis pelo seu afundamento, como a erosão das praias e a pressão exercida pela onda. O futuro dessas construções, como o Porsche Design Tower, depende de ações urgentes para conter o deslocamento e as consequências associadas.
Aprofundando o estudo do afundamento
A pesquisa conduzida entre 2016 e 2023 trouxe à tona a magnitude do afundamento dos edifícios, que varia entre dois e oito centímetros. O estudo revelou que a área de Sunny Isles Beach foi afetada de maneira mais significativa, enquanto a região de Surfside apresentou efeitos menos pronunciados. Este achado destaca a importância de monitorar a situação e compreender as implicações de longo prazo para essas estruturas.
Desvendando os sinais de deslocamento
Os científicos utilizaram 223 imagens capturadas pelos satélites europeus Sentinel-1 e 102 imagens do sensor alemão TerraSAR-X para criar uma sequência temporal e analisar os deslocamentos na superfície. A técnica empregada por eles foi baseada nos ‘dispersores de radar persistentes’, elementos fixos em edifícios, como varandas ou unidades de ar-condicionado, que refletem o sinal do radar de volta para a antena do satélite.
Aprofundando a análise dos afundamentos
A pesquisa abrangeu diversos edifícios, incluindo o The Ritz-Carlton Residences, Trump Tower III, Trump International Beach, Faena Hotel, Surf Club Towers e Porsche Design Tower. Grande parte do afundamento observado pode ser atribuída ao deslocamento das camadas de areia, um fenômeno associado ao peso dos edifícios de alto padrão e à atividade de construção. Além disso, o movimento das águas subterrâneas e a deformação da pedra calcária, presente no subsolo de Miami, podem ser fatores adicionais.
Um estudo multifacetado
A equipe também analisou os dados disponíveis sobre o complexo Champlain Towers South, em Surfside, que desabou em junho de 2021, resultando na morte de 98 pessoas. Contudo, a análise não identificou sinais de deslocamento na base desse edifício. O estudo sugere que o acidente pode ter sido causado pela menor concentração de camadas de areia na área.
Fonte: @ Terra
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