Criadores de conteúdo recorrem a linguagem digital criptografada para burlar sistemas conservadores e evitar autocensura.
É verdade que a forma com que a internet processa e divulga informações tem mudado a forma como as palavras são escolhidas e utilizadas. Nesse contexto, surgem preocupações sobre a censura e o uso de filtros para diretrizes que podem restringir o que é considerado adequado para a internet.
Um dos principais fatores que influenciam essa mudança é o uso de algoritmos em plataformas de mídia social. Esses algoritmos são projetados para priorizar conteúdo que provavelmente seja mais atraente para o usuário, mas acabam por desempenhar um papel significativo na forma como as palavras são escolhidas e como o conteúdo é divulgado. A consequência disso é que as palavras modificadas e as expressões que uma vez poderiam ter sido mais comuns passam a ser mais raras ou até mesmo proibidas por critérios de aprovação estabelecidos por essas plataformas. Isso pode levar a uma perda de diversidade na linguagem digital e a uma censura disfarçada. A relação entre algoritmos e algoritmos é complexa, mas é claro que eles desempenham um papel importante na forma como a linguagem digital se desenvolve.
O Segredo Por Trás dos Algoritmos de Censura
Na era digital, onde a linguagem é moldada por códigos invisíveis, os algoritmos se tornaram os guardiões da comunicação online. Para evitar censuras, termos proibidos como ‘pornografia’, ‘suicídio’, ‘nazismo’ e até mesmo ‘gay’ são substituídos por eufemismos, criando uma ‘novilíngua’ contemporânea que lembra o controle linguístico descrito em ‘1984’, de George Orwell. Isso ocorre porque os algoritmos não apenas filtram conteúdo, mas também moldam a forma como nos comunicamos, criando uma autocensura que se torna inevitável para os criadores de conteúdo.
Os Algoritmos Conservadores: Um Controle sobre a Linguagem
Os algoritmos conservadores, embora pretendam regular a linguagem, acabam discriminando discursos que desafiam o status quo, como temas progressistas ligados à diversidade, saúde mental e sexualidade. Comunidades marginalizadas são as mais atingidas, pois a censura algorítmica tem impacto desproporcional sobre grupos vulneráveis. Criadores LGBTQIA+, produtores de conteúdo educativo sobre saúde mental e influenciadores que discutem sexualidade enfrentam dificuldades para alcançar suas audiências.
A Censura Algorítmica: Uma Ameaça à Liberdade de Expressão
A censura algorítmica não se limita a simplesmente bloquear conteúdo; ela molda a forma como nos comunicamos, criando uma autocensura que se torna inevitável para os criadores de conteúdo. Isso é especialmente perigoso para criadores de conteúdo educativo, como Tyler Oakley e Chase Ross, que produzem conteúdos sobre saúde mental e sexualidade. Eles relataram que seus vídeos foram classificados como ‘impróprios para anunciantes’, o que os afeta financeiramente e limita o alcance de seus conteúdos.
Plataformas de Vídeo e a Contribuição para a Censura
Plataformas como YouTube e Instagram desmonetizam vídeos que mencionam temas sensíveis, mesmo quando tratados de forma informativa. Isso inclui posts sobre métodos contraceptivos ou prevenção ao HIV, que foram classificados como ‘conteúdo impróprio’, sem violar diretrizes explícitas da plataforma. Essa prática incentiva criadores a reescrever seu conteúdo com novas palavras para se manterem relevantes, mas prejudica discussões importantes.
A Batalha Pelo Direito à Expressão
A luta contra a censura algorítmica é uma batalha pela liberdade de expressão. Os criadores de conteúdo, especialmente aqueles que abordam temas progressistas, enfrentam desafios para alcançar suas audiências e compartilhar informações importantes. A solução não é simplesmente usar termos modificados ou códigos, mas sim lutar por um controle mais transparente e justificado sobre a linguagem online. Além disso, é necessário criar diretrizes que permitam a discussão aberta de temas sensíveis e promovam a diversidade e a inclusão.
Fonte: @ Nos
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