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Nova regra permite aleitamento por mães com carga viral indetectável; no Brasil, prática é contraindicada, seguindo recomendação norte-americana.
A Academia Brasileira de Pediatria acaba de anunciar uma atualização significativa em suas orientações, permitindo a amamentação por mães portadoras do vírus HIV, desde que mantenham carga viral indetectável de maneira contínua.
Essa decisão reflete a importância do aleitamento materno para a saúde dos bebês, mesmo em situações especiais como essa. A amamentação é um ato fundamental para o desenvolvimento infantil, proporcionando benefícios únicos e essenciais para a saúde do bebê.
Amamentação Materna e a Redução do Risco de Transmissão do HIV
No contexto brasileiro, a prática do aleitamento materno é considerada fundamental para a saúde dos bebês, porém, em casos específicos, como aqueles em que há risco de transmissão do vírus HIV da mãe para o bebê, a recomendação é contrária. A nova recomendação norte-americana destaca que, ao adotar a terapia antirretroviral e manter uma taxa viral inferior a 50 cópias por ml de sangue, a chance de transmissão é reduzida a menos de 1%.
A amamentação é um ato histórico e considerado essencial para o desenvolvimento infantil, porém, a prática em casos de risco de transmissão do HIV traz consigo preocupações. Especialistas têm considerado a possibilidade de permitir que mães nessas condições amamentem, desde que sigam rigorosamente o tratamento antirretroviral e mantenham a carga viral controlada.
A recomendação dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA destaca a importância de considerar a amamentação como uma opção viável, mesmo que com ressalvas, para esse grupo específico. A médica neonatologista Larissa Elizabeth Schulz Rossetto ressalta que as novas diretrizes representam uma mudança significativa, pois antes a prática era formalmente contraindicada.
Os benefícios da amamentação são amplamente reconhecidos, não apenas para o bebê, mas também para a mãe, e a recomendação de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida é amplamente difundida. No entanto, a decisão de amamentar em casos de risco de transmissão do HIV deve ser cuidadosamente avaliada, levando em consideração fatores como adesão ao tratamento, carga viral e possíveis riscos associados.
A Academia Americana de Pediatria destaca a importância da abordagem centrada na família e da orientação adequada às mães que desejam amamentar, especialmente no contexto do HIV. É essencial que as mães estejam cientes dos possíveis riscos envolvidos, mesmo que a probabilidade de transmissão seja baixa.
No Brasil, a prática do aleitamento por pessoas com HIV ainda é contraindicada, mesmo com o uso de terapia antirretroviral e carga viral indetectável. A Sociedade Brasileira de Pediatria reforça a importância de seguir as diretrizes do Ministério da Saúde, que orientam contra a amamentação nesses casos específicos. É fundamental que as decisões relacionadas à amamentação em contextos de risco sejam tomadas com base em informações atualizadas e orientações médicas especializadas.
Fonte: © CNN Brasil
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