Lucro supera expectativas, mas relatórios apontam questões no capital de giro e rentabilidade. Executivos dizem que são questões pontuais e perspectivas para quarto trimestre são positivas, graças a dinâmica de caixa livre, parcelamento em até e fluxo de capital.
O Carrefour Brasil apresentou os resultados financeiros do terceiro trimestre, trazendo um lucro líquido que superou a previsão dos analistas. Com um aumento de 67,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado foi de R$ 221 milhões, o que ultrapassou a estimativa de R$ 181,4 milhões.
Esses resultados são positivos para a companhia, especialmente no contexto de um mercado em constante evolução. Com a análise detalhada dos resultados do quarto trimestre, é possível identificar pontos de força e fraqueza. Nesse sentido, o Carrefour Brasil pode aproveitar essas lições para melhorar suas estratégias e alcançar ainda mais objetivos no futuro.
Carrefour: analistas reagem ao desempenho da varejista no terceiro trimestre
Mesmo com um desempenho impressionante, alguns analistas estiveram atentos ao capital de giro e à dinâmica da rentabilidade da Carrefour, ressaltando esses aspectos durante a teleconferência de resultados do dia 1º de novembro. A empresa registrava uma alta de 5,34%, com a ação valendo R$ 7,89 por volta das 13h30, o que indica que os investidores se sentiam satisfeitos com as perspectivas apresentadas pelos executivos da Carrefour para o quarto trimestre.
O BTG Pactual ressaltou em um relatório recente que o aumento do capital de giro teve um impacto significativo no fluxo de caixa da Carrefour, especialmente nos últimos 12 meses encerrados em setembro, com um fluxo de caixa livre desalavancado de R$ 2,7 bilhões, um recuo de 48% em comparação ao ano anterior. Eric Alencar, CFO da Carrefour, explicou que o aumento do capital de giro não é uma questão estrutural, mas sim resultado de uma dinâmica específica no terceiro trimestre, com um forte aumento das vendas no Atacadão, o que gerou recebíveis, e a adoção do parcelamento em até três vezes das compras na bandeira de atacarejo.
O CEO da Carrefour, Stéphane Maquaire, destacou que a estratégia de parcelamento é um apoio aos clientes no momento de juros em alta e inflação alimentar. Outro ponto importante foi a questão das margens da Carrefour, que ficaram praticamente estáveis no trimestre. A margem Ebitda consolidada permaneceu em 5,7% e a margem bruta recuou 0,9 ponto percentual, em base anual, para 19,2%. No Atacadão, a dinâmica foi semelhante, com a margem Ebitda estabilizada em 6,7% e a margem bruta caindo 0,2 ponto percentual, para 15,5%.
Segundo Maquaire, os investimentos feitos nas lojas do Atacadão para atender o público B2C, como os serviços de padarias, açougues e frios, acabaram pesando, além da maior participação do público B2B, algo que deve se dissipar ao longo do tempo. ‘Isso [investimentos em B2C] traz um pouco mais de esforço momentâneo na margem do Atacadão’, diz Maquaire. A questão dos investimentos também foi levantada quando se tratou do Sam’s Club, formato que a Carrefour vem acelerando e que, por consequência, reduziu a margem Ebitda em 3,7 pontos percentuais, para 0,2%.
Para o fim do ano, Maquaire destacou que depois de uma deflação alimentar em julho e agosto, a inflação alimentar voltou em setembro e a expectativa é da possibilidade de aceleração das vendas até dezembro, ao mesmo tempo em que a Carrefour trabalha para ajustar as estratégias de negócios de acordo com a dinâmica do mercado.
Fonte: @ NEO FEED
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