O aperto teria de compensar a política fiscal expansionista e o ciclo de queda dos juros, influenciando a taxa Selic e a inflação.
Para alcançar o objetivo de estabilidade inflacionária, o Banco Central necessita implementar uma política monetária rigorosa, aumentando a taxa Selic para, no mínimo, 15% no ciclo atual de expansão. Este cenário é previsto pelo economista-chefe da XP Asset Management, Fernando Genta, que projeta um juro básico bem inferior, em torno de 13% no próximo ano.
A análise de Genta destaca que o ciclo de expansão deve compensar não apenas a política fiscal expansiva, mas também o impacto do último ciclo de redução nos juros. Este último ciclo levou a taxa Selic de 13,75% para 10,5% entre agosto de 2023 e maio de 2024. Para superar estes desafios, a taxa Selic deve atuar como um mecanismo de estabilidade, prevenindo inflação alta e manter a economia estável. Com a taxa Selic em 15%, o Banco Central poderá conter a inflação e manter a estabilidade econômica.
Entendimento da Inflação no Brasil
A inflação é um dos principais indicadores econômicos, refletindo a taxa em que os preços dos bens e serviços aumentam no tempo. No Brasil, a inflação é monitorada pela taxa de inflação mensal, que é calculada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 2022, a taxa de inflação mensal no Brasil foi de 1,22%, com uma inflação acumulada de 11,86% ao longo do ano.
A política econômica brasileira, liderada pelo Banco Central (BC), tem como objetivo manter a inflação controlada. A taxa Selic, que é a taxa de juros utilizada pelo BC para regular a economia, foi elevada em 2022 para conter a inflação. A taxa Selic alcançou o patamar de 13,75% ao ano, a maior taxa desde 2003. Essa política de juros mais alta visa conter a demanda agregada e reduzir a inflação.
A inflação alta, em particular, pode ser resultado de uma política fiscal expansionista, que aumenta a oferta de dinheiro e estimula a demanda. Isso pode levar a um ciclo de inflação, onde os preços aumentam rapidamente, levando a uma piora no poder de compra da moeda. Nesse sentido, é importante que a política fiscal seja coordenada com a política monetária para evitar esses efeitos.
A relação entre a política fiscal e a política monetária tornou-se mais complexa com a entrada da convirja, que é um tipo de câmbio flexível que permite a taxa de câmbio flutuar livremente no mercado. Isso pode levar a uma instabilidade maior na economia, pois a taxa de câmbio pode ser influenciada por fatores externos, como a política econômica de outros países.
Com a inflação alta, a economia brasileira enfrenta desafios significativos. A alta inflação pode levar a uma perda de competitividade das empresas brasileiras em relação às empresas de outros países, e pode também afetar a renda das pessoas, tornando mais caras as commodities básicas. Isso pode ter consequências negativas para a economia, inclusive a perda de empregos e retração do PIB.
A política econômica brasileira deve ser ajustada para conter a inflação e promover o crescimento sustentável. Isso inclui a manutenção de uma política fiscal responsável, a continuação da política de juros mais baixos e a implementação de políticas para melhorar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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