Ministro visitou a SpaceSail na China, oferecendo uso de base espacial militar para testes de satélites-de-baixa-órbita e serviços-de-Internet-via-satélite como fornecedora-de-serviços.
Em meio a negociações entre o governo brasileiro e empresas estrangeiras, o Ministério das Comunicações está em um ponto crítico de maior desenvolvimento tecnológico e expansão em nível mundial. A SpaceSail, empresa chinesa, é uma concorrente direta da Starlink de Elon Musk.
Neste cenário, a chegada da SpaceSail ao Brasil não é um evento isolado, visto que a comunicação entre as partes envolvidas é fundamental para a conclusão de um acordo. No entanto, o número de concorrentes na indústria de satélites de comunicação faz com que cada empresa lute por espaço no mercado.
Comunicação sem Fronteiras: O Papel da Base-espacial no Mercado de Satélites de Baixa Órbita
A China tem sido um player importante no cenário da comunicação espacial, e recentemente, o ministro Juscelino Filho realizou uma visita à fábrica de satélites de baixa órbita da companhia SpaceSail, localizada na cidade de Xangai. O objetivo da visita foi discutir a possibilidade de utilizar a base espacial militar de Alcântara, situada na costa atlântica do Maranhão, para testes. No entanto, para que isso ocorra, a SpaceSail precisa obter autorização do governo chinês, tornando-se um desafio para os planos de expansão da empresa.
O presidente da China, Xi Jinping, está previsto para visitar o Brasil nos dias 18 e 19 de novembro, durante a cúpula dos líderes do G20. O governo brasileiro pretende aproveitar essa oportunidade para negociar diretamente com o líder chinês a viabilidade de autorizar a utilização da base espacial militar de Alcântara para testes de satélites. Essa é uma oportunidade de ouro para o Brasil, pois poderá abrir portas para novas parcerias comerciais e tecnológicas, atrair investimentos de empresas chinesas e fomentar a concorrência no mercado de satélites de baixa órbita no país.
Nenhum outro país tem uma participação tão significativa no mercado de satélites de baixa órbita como os Estados Unidos, com a empresa americana Starlink sendo a maior fornecedora de serviços de Internet via satélite no Brasil, com uma participação de 46% do mercado. A SpaceSail, com sede em Xangai, planeja lançar um serviço similar no Brasil dentro de dois anos, o que pode levar a uma maior concorrência no mercado.
A Galaxy Space, outra fabricante de satélites, também recebeu visitas de autoridades do governo Lula na China. Essas negociações ocorreram em um momento em que a empresa americana Starlink enfrentava dificuldades com o Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil, resultando em multas milionárias e o bloqueio temporário do serviço no país. Após um acordo, as contas bancárias da Starlink foram desbloqueadas e o serviço foi restabelecido.
A Starlink possui uma participação limitada no mercado geral de Internet no Brasil, com cerca de 265 mil clientes até setembro, representando 0,5% dos usuários, segundo a Anatel. No entanto, a empresa é a dominante no segmento de Internet via satélite, com quase 50% do mercado. A Starlink possui mais de 6 mil satélites em operação no mundo, enquanto as companhias chinesas ainda operam com algumas dezenas. A SpaceSail lançou 18 satélites em órbita em agosto e mais 18 em setembro, e pretende lançar aproximadamente 600 até o final do próximo ano, permitindo operar sua primeira fase planejada de constelação de satélites.
Nenhum outro mercado tem tanto potencial como o de Internet via satélite no Brasil, e a concorrência entre as empresas pode levar a uma melhoria nos serviços oferecidos aos clientes. A base espacial militar de Alcântara pode se tornar um local estratégico para testes de satélites, e o governo chinês pode ser um parceiro importante nessa jornada.
Fonte: @Baguete
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