Melhoria na nota de risco impulsionou a maioria das ações do Ibovespa, neutralizando tensões geopolíticas, em um mercado de ações com curva de juro em alta.
No Brasil, o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações, apresentou um desempenho positivo, apesar das tensões decorrentes do conflito entre Israel e seus vizinhos. A melhora da nota de risco do Brasil pela Moody’s Local, agência de classificação de risco, foi o principal fator que impulsionou essa alta.
Essa mudança na nota de risco do país pode ter um impacto significativo na economia brasileira, atraindo investimentos estrangeiros e fortalecendo o mercado de ações. A confiança dos investidores é fundamental para o crescimento econômico do Brasil, e essa melhora na nota de risco pode ser um passo importante nessa direção. Além disso, a estabilidade política e econômica do país também é essencial para manter a confiança dos investidores e atrair novos investimentos.
O Brasil e a Economia
A mudança na nota de risco do Brasil, divulgada recentemente, trouxe um otimismo significativo para o mercado, capaz de neutralizar os efeitos negativos do conflito no Oriente Médio. O Ibovespa, índice que mede o desempenho do mercado de ações brasileiro, avançou 0,77% e chegou aos 132.495 pontos, aproximando-se de zerar as perdas no acumulado do ano, que foram reduzidas a 0,50%. O giro financeiro da carteira teórica somou R$ 16,1 bilhões, em linha com os R$ 16,6 bilhões da média diária dos últimos 12 meses.
Com a alteração da nota, o Brasil ficou a um passo de voltar ao grau de investimento, um patamar que o país teve entre 2008 e 2015. Nesse nível, o país ganha o selo de bom pagador e se torna mais atraente para os investidores. ‘Quando concedido o grau de investimento, o Brasil voltará ao grupo dos mercados mais ‘investíveis’, o que aumenta o volume negociado e impulsiona o mercado como um todo, tanto de renda variável quanto de renda fixa’, explica Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.
O Mercado e a Economia do Brasil
O diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia, lembra que as outras duas agências padrão ouro, Fitch Rating e a S&P Global, veem um país um pouco mais distante de ganhar o selo de bom pagador. Na avaliação de ambas, o Brasil segue a dois passos de se tornar mais seguro. ‘Para a gente ver grandes fluxos e mudanças, é interessante que todas essas três casas, ou pelo menos duas delas, nos coloquem no grau de investimento’, completa.
A Moody’s justificou a atualização com base no crescimento econômico mais robusto e no progresso das reformas fiscais e econômicas. O cumprimento do arcabouço fiscal também aparece entre os focos do texto. ‘A perspectiva positiva sugere que o crescimento sustentável e a disciplina fiscal podem fortalecer a credibilidade institucional, reduzindo os custos de captação e melhorando a trajetória da dívida’, aponta Alexandre Mathias, da Monte Bravo.
O Dólar e os Juros no Brasil
O dólar fechou em queda de 0,36%, negociado a R$ 5,44. Durante a sessão, a divisa chegou à mínima de R$ 5,40. No ano, a moeda americana ainda acumula valorização de 12,19% ante o real. Em momentos de estresse do mercado, o dólar costuma subir, por ser considerado um ativo de segurança, aquele que contrabalanceia a carteira, capaz de levar muitos desaforos e se manter interessante. Entretanto, no Brasil, a moeda americana recuou por dois motivos principais: a nota da Moody’s, que animou investidores a se aventurar num país considerado um pouco confiável, e o aumento na demanda e preço das commodities, que teriam trazido mais dólares para dentro e reduzido a escassez da moeda e, consequentemente, seu valor ante o real.
A curva de juro futuro teve movimentação mistas, juros maiores para vencimentos de médio a longo prazo. O gráfico sugere que o mercado vê um aumento da taxa de referência (Selic) no curto prazo, mas juros em queda no futuro, diante de uma perspectiva de melhora nas contas públicas e por efeito da política monetária mais rígida.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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