ouça este conteúdo
Cidade dividida entre bois Garantido e Caprichoso, no Bumbódromo, contribuiu para aumentar manifestações gira-populares do-boi.
O vencedor do 57º Festival de Parintins, que envolve as cores vibrantes do Boi Garantido e do Caprichoso – será revelado neste início de semana. As performances no Bumbódromo tiveram início na sexta-feira (28) à noite e seguiram até o último dia da festividade.
O tradicional Festival Folclórico de Parintins, que celebra a cultura amazônica, atrai turistas de todo o Brasil para apreciar o espetáculo grandioso dos bois-bumbás. A rivalidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Caprichoso é o ponto alto do evento, que encanta e emociona a todos os espectadores. A magia e a energia contagiante do Festival de Parintins são únicas, tornando essa festa uma das mais importantes do calendário cultural brasileiro.
Festival Folclórico de Parintins: Dominando o Vocabulário da Manifestação
Visitantes que chegam pela primeira vez ao Festival de Parintins buscando se aprofundar nos detalhes do evento logo se deparam com um desafio: dominar o vocabulário gerado em torno do festival. A lista de palavras e termos, parte deles de origem indígena, envolve desde os nomes dos personagens até substantivos específicos para se referir a componentes e torcedores de cada um dos bois.
Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o evento está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá. A manifestação popular gira em torno de uma lenda sobre a ressurreição do boi. Para contar essa história, é preciso representar alguns personagens.
O Amo do Boi, que representa o dono da fazenda, é o cantor e compositor que faz versos exaltando sua torcida e desafiando o adversário. Já a sua filha, a Sinhazinha, também tem destaque na encenação e acompanha a evolução do boi. Outra personagem de referência é a cunhã-poranga, a ‘moça bonita’ da aldeia e guardiã de seu povo, que expressa força pela beleza.
No Boi Garantido, esse papel é desempenhado por Isabelle Nogueira, que participou recentemente do Big Brother Brasil, reality show produzido pela Rede Globo, e contribuiu para aumentar o interesse sobre o Festival de Parintins. No Boi Caprichoso, o posto pertence à Marciele Albuquerque.
Parintins (AM) – Apresentação do Boi Caprichoso na segunda noite do 57º Festival Folclórico – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil Há ainda a vaqueirada, composta pelos guardiões do boi. Já os tuxauas representam os chefes dos povos indígenas. Nas toadas, produzidas anualmente para embalar as apresentações, notam-se muitas dessas palavras e termos, como também outros são agregados.
Aquelas canções que se tornam hits contribuem para estimular a ampliação do vocabulário do evento. Em 2015, estudo produzido na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) investigou a presença de palavras indígenas nas toadas.
De acordo com a pesquisadora Dulcilândia Belém da Silva, responsável pelo trabalho, esse é um dos elementos que contribuiu para a expansão do Festival de Parintins pela comunidade amazonense. Ela lembra que a maior valorização dos adereços e dos componentes indígenas tiveram início em 1993, revolucionando a tradição do Boi-Bumbá e fazendo com que o festival ganhasse mais espaço no Bumbódromo.
‘No ano 2000, as toadas com tema indígena alcançaram sua consolidação no âmbito das toadas de boi e com regularidade e incidência expressivas, principalmente devido à implantação do edital para a seleção das toadas, que estabeleceu alguns critérios que balizaram a produção criativa’, observou.
A pesquisa contabilizou 1.014 toadas no período entre 1986 e 2013, das quais 466 têm como tema o componente indígena. Entre essas, encontraram-se 2.327 palavras indígenas. O estudo mostra ainda que, em 2015, estava ocorrendo o uso mais recorrente de palavras de troncos linguísticos além do tupi.
Parintins (AM) – Apresentação do Boi Garantido na segunda noite do
Festival Folclórico de Parintins: A Magia das Apresentações no Bumbódromo
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo