Casal de músicos em Brasília, menina tagarela, defende falar abertamente sobre tumor na cabeça, rotina hospitalar, fez exame mais detalhado, busca sinais de pensamentos alterados, revela histórias de pessoas que sofreram e busca mudar a vida de pessoas com doenças.
Sabe o que é mais assustador em relação ao câncer e a doença em geral? É como se as pessoas ficassem quietas e quietas, e você nem percebe que estão lutando. Agora, vamos falar sobre a menina Flora, de 9 anos de idade. Ela garante que não é tagarela, a princípio. Mas, de fato, ela tem muito o que contar. De fora da escola, Flora se torna uma menina tagarela.
Na escola, Flora é bem diferente. Ela fica quietinha. E, curiosamente, a menina gosta de aulas que não esperasse. Por exemplo, ela gosta de matemática e achou que seria difícil. Mas não! Ela acha fácil. E, para completar, Flora gosta de aulas de português e redação. E, claro, tem a aula de inglês. E ainda, por cima, Flora se delicia em ler gibis da turma da Mônica em casa. Mas, enquanto isso, a menina Flora, também, cuidou de um tumor que foi identificado em seu coração, e, apesar da dor, ela superou e hoje está dando continuidade ao seu tratamento.
Um mundo de câncer infantil
Divirta-se ao contar as suas histórias sobre o câncer infantil, das amigas que você conheceu na escola, das aventuras que fez no Nordeste e dos filmes que assistiu na TV. A menina tagarela também sabe que está em um longo tratamento para cuidar de um ‘dodói’, um tumor que está na cabeça, como os pais explicam. A mãe, Cris Pereira, e o pai, Guto Martins, ambos músicos de Brasília e pais da jovem Poema, de 15 anos, aprenderam que é necessário falar e dar visibilidade a esse câncer infantil, a doença que afeta a vida de muitas crianças. ‘É fundamental falar sobre o câncer infantil’, diz a mãe, sambista.
Além disso, fazem questão de divulgar que os sistemas públicos de saúde, desde o diagnóstico, e de educação têm sido fundamentais na luta por Flora. O câncer infantil muda a rotina de pais e crianças em busca da cura, afetando a vida de todos. Wilson Dias/Agência Brasil
Primeiros sinais do câncer
Cris solta a voz porque sabe que pode ajudar outras pessoas a prestarem atenção em sinais que podem fazer toda a diferença no tratamento. ‘Não pode haver tabu’, diz Guto. Cris recorda que o primeiro sinal em Flora foi aos seis meses, um pequeno estrabismo do olho esquerdo. ‘Foi como se a gente tivesse passado por um portal e que nunca nada seria como antes’, recorda a mãe.
O tumor na cabeça da criança já tinha seis centímetros. Três dias depois a criança passou pela primeira cirurgia. A menina foi diagnosticada com um astrocitoma pilocítico, um tumor que pressiona a parte anterior ao olho. O câncer infantil é uma doença que pode afetar a vida de qualquer criança, independentemente da idade.
Um mundo de pensamentos e tratamento
Mas, inicialmente, descobriram que era necessário se resignar e lutar. ‘Foi muito importante não nos sentirmos sozinhos’, diz a mãe. Ao observar a vida hospitalar, conheceram histórias de pessoas em situações ainda mais delicadas. Vivendo depois do ‘portal’, a menina foi submetida a sessões de quimioterapia, um tratamento que é fundamental para combater o câncer infantil.
Os ciclos foram acompanhados, inicialmente, com muita surpresa para os pais. A rotina fez com que eles parassem de contabilizar quando chegou ao número 120. ‘Entendemos que os protocolos são para fragilizar o tumor a ponto que essas células parem de se produzir’. O casal, no caminho, decidiu que era necessário divulgar o que ocorria na família. Até uma página no Instagram (@mamaetocomcancer) foi criada.
No canal, dividem experiências com outras famílias, falam das pequenas vitórias de todos os dias ou compartilham os desafios que aparecem. Ao longo desse processo, não foi raro para o casal ver mães abandonadas com seus filhos doentes.
Fonte: © A10 Mais
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