Estudo da Málaga Assessoria lista empresas da B3 com rentabilidade inferior a 10% ao ano, e aumento da taxa básica de juros, para 12,25%, agrava a situação do ambiente concorrencial.
A decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic pode afetar a rentabilidade das contas de poupança e de outros investimentos, influenciando assim a economia brasileira. A medida é uma resposta às expectativas otimistas de alta da economia norte-americana e do aumento da inflação.
Empresas listadas nas bolsas de valores brasileiras, como a Petrobras, sofreram com a baixa rentabilidade em 2020, em decorrência da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus. No entanto, com a retomada da economia, em 2021, a companhia com baixa rentabilidade começou a demonstrar um desempenho positivo, incentivando investidores a reavaliarem suas escolhas de investimento.
Rentabilidade em Pano de Fundo de Juros Elevados
A decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa de juros da Selic até 13,75% ao ano, em 2024, marcou o início de um período de desafio para as empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Este cenário de juros altos, que se projeta para seguir subindo em 2025, tornou ainda mais difícil para as companhias entregar uma rentabilidade capaz de atrair investidores, pagar suas dívidas e investir em expansão de operações. É o que analisa um estudo amplo conduzido pela Málaga Assessoria em Finanças Corporativas e Contabilidade Societária, que analisou 261 empresas listadas na Bolsa nos últimos 12 meses.
Consequências da Alta da Selic
A alta da Selic não é apenas uma questão de juros, mas sim um sintoma de um problema mais amplo que afeta a capacidade das empresas de rentabilizar o capital. Este cenário prejudica a atração de recursos para investimentos, tornando difícil para as empresas cobrirem o custo do dinheiro. O estudo calculou a rentabilidade das companhias listadas, numa média histórica, e descobriu que 75% delas apresentam rentabilidade inferior a 10% ao ano. A média foi de 7,76% ao ano, com 45 companhias apresentando rentabilidade negativa.
O Brasil está em um momento crítico, onde o ambiente de juros elevados desestimula os investimentos corporativos, a iniciativa, o empreendedorismo, a pesquisa e o desenvolvimento. É o que afirma Flávio Málaga, sócio fundador da Málaga Assessoria, que destaca a importância da questão dos juros, mas também a necessidade de um ajuste fiscal crível para endereçar a questão da rentabilidade. A combinação da alta despesa com juros e a falta de crescimento econômico do país derruba a rentabilidade, tornando difícil para as empresas aumentarem sua rentabilidade.
Concorrência e Rentabilidade
Existem empresas que conseguem contornar essa situação, como a WEG, que consegue entregar uma rentabilidade de 30% ao ano, o melhor resultado entre as empresas do estudo. A Ambev e a Vale também estão nesse grupo privilegiado, considerando seus tamanhos e relevâncias em seus mercados. Para ser uma empresa com uma rentabilidade ótima, a companhia precisa ter uma rentabilidade de 20% ao ano, estaria entre as top 20 ou top 30 do Brasil.
Aqui, os seguem algumas empresas que apresentam rentabilidade negativa, pertencentes ao segmento de varejo, que enfrentam desafios de diferenciação e dependência de dívida para girar estoques e recebíveis. Destas empresas, 25 delas atuam nesse segmento, como a RD Saúde e a Track&Field, que conseguem apresentar bons índices de rentabilidade.
Fonte: @ NEO FEED
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