Final da Sul-Americana pareceu chegar cedo demais para o Cruzeiro, que foi puxado por jogo de dois meses, trabalho de dois meses, nível de jogo mais elevado, reta final da temporada e convicção de que cada equipe tinha queda nas semanas finais. Conduta do novo dono do clube, jogo bem direto e de poucos passes mano a mano, jogadores desconfortáveis, fio condutor da equipe, acumular jogadores e tentar trabalhar em passes curtos e movimentos de infiltração.
O time do Cruzeiro vinha apresentando um jogo desencaixado, com uma falta de coordenação entre as linhas de meio e ataque, e a pressão defensiva não era bem feita. O atraso em relação ao início da temporada significava que o treinador Fernando Diniz ainda não havia tido tempo de colocar em prática sua visão de jogo.
Na final da Sul-Americana, o Cruzeiro enfrentou um time que, embora também estivesse em busca da conquista da competição, conseguia jogar de uma maneira mais consistente. Com um jogo mais rápido e mais organizado, o adversário conseguiu tomar conta da partida e impor sua marcação. O Cruzeiro, por sua vez, se viu limitado em suas opções de ataque e não conseguiu criar chances de gol significativas. O seu seu maior problema estava na falta de precisão nos passes e na sua posse de bola, o que não permitia que ele realizasse sequências de jogo eficazes. Com isso, ele não conseguiu fazer frente à pressão adversária e foi derrotado. O cruzeiro ainda precisa trabalhar e melhorar seu jogo para ser competitivo.
Cruzeiro: quando a inércia se torna um fardo
O desempenho do Cruzeiro na temporada de 2024 tem sido marcado por uma inércia que se torna cada vez mais um fardo para o time. Embora o treinador Diniz tenha o potencial de conduzir o time a um nível de jogo mais elevado em 2025 e alcançar resultados melhores, a decisão de substituir Fernando Seabra pelo novo dono do clube pode ter colocado um risco significativo na reta final da temporada. A perda de convicção e a falta de coerência em sua forma de atuar podem ser uma consequência direta da conduta do novo dono do clube, que parece não ter uma visão clara sobre como levar o time a alcançar seus objetivos.
A derrota para o Racing em Assunção foi um exemplo claro da queda de nível do Cruzeiro. Embora o time tenha tentado pressionar e criar chances, a falta de sintonia entre os jogadores e a falta de movimento em profundidade deixaram espaços para o adversário aproveitar. O jogo bem direto e de poucos passes do Racing foi difícil de enfrentar, e o Cruzeiro mal respirou no calor da capital paraguaia.
A saída de bola também foi um problema, com jogadores desconfortáveis como Walace falhando em momentos críticos. A substituição de Walace ainda na primeira etapa foi um sinal de que o time não estava funcionando bem. No entanto, a entrada de Matheus Henrique no jogo pareceu ser um fio condutor da equipe, com seus movimentos determinando onde o time acumularia jogadores e tentaria trabalhar em passes curtos.
A partir da metade final da primeira etapa, o Cruzeiro se estabilizou, mas sua posse de bola era pouco contundente e gerava raros movimentos de infiltração. Na segunda etapa, a entrada de Lucas Silva e Lucas Romero pelo setor direito pareceu dar novo ímpeto ao time, e a jogada brilhantemente conduzida por Matheus Henrique e finalizada por Kaio Jorge foi um dos poucos momentos de brilhantismo do jogo.
No entanto, a necessidade do gol criou mais exposição do que grandes oportunidades, e o fim do jogo foi marcado por um contragolpe do Racing contra uma defesa já aberta, resultando no terceiro gol. A trajetória recente de um Cruzeiro que sofreu demais para chegar aonde queria é um lembrete de que a inércia pode se tornar um fardo difícil de superar.
O Cruzeiro tem todo o potencial de se recuperar e voltar a ser um time competitivo, mas a conduta do novo dono do clube e a falta de coerência em sua forma de atuar são questões que precisam ser resolvidas rapidamente. A saída de Fernando Seabra e a entrada de um novo treinador não resolverão o problema sozinhos; o time precisa encontrar uma forma de se recuperar e voltar a ser o time que foi antes.
Fonte: © GE – Globo Esportes
Comentários sobre este artigo