Jovens ativistas defendem que demandas da periferia sejam ouvidas e colocadas em prática por grupos de engajamento desenvolvidos, com voz do povão e pressão política.
A inclusão da sociedade civil é fundamental para a construção de um futuro mais sustentável e equitativo, onde todos tenham oportunidades de participação. Nesse sentido, o G20 Social visa fortalecer a participação da sociedade nas discussões e decisões da cúpula de líderes.
Antes do evento principal, o G20 Social será uma oportunidade para a sociedade civil apresentar suas propostas e contribuir diretamente para a agenda do G20. Com uma perspectiva mais ampla e diversa, o G20 Social visa fortalecer a cooperação entre os países e promover a inclusão social em suas atividades e decisões.
Pontos de Encontro para a Participação Popular
Fila de entrada para o Espaço Kobra, onde acontecem as atividades autogestionadas do G20 Social, na região portuária do Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/AB
O G20 Social foi criado para garantir a participação popular na cúpula de líderes mundiais, focando na inclusão da sociedade nas decisões de impacto global. Nos dois dias que antecedem o evento principal, ‘grupos de engajamento’ se reúnem e discutem propostas desenvolvidos, mas a grande questão é se elas serão incorporadas e, principalmente, implementadas. A pressão política e efetiva presença periférica nas decisões são fundamentais para o sucesso das propostas.
Desafios e Oportunidades
O Visão do Corre conversou com lideranças jovens que, apesar de comemorarem a abertura para a voz do povão, sabem que nada está garantido. A abertura para a voz do povão é um passo importante, mas a garantia de implementação das propostas é bem mais complexa. ‘A gente não pode entrar numa cortina de fumaça onde a gente não consegue ver, sequer, o andamento das soluções que nós mesmos propomos’, diz Mateus Fernandes, do bairro Santos Dumond, quebrada de Guarulhos.
Pressão Política e Presença Periférica
Mateus Fernandes não é apenas um jovem líder, ele é um ativista que leva demandas periféricas a fóruns globais, como o G20 Social. Ele busca garantir que as vozes das favelas brasileiras cheguem aos tomadores de decisão. ‘Se não houver pressão política sobre as propostas do G20 Social a gente não vai ver implementação. A minha pergunta é: será que vão ouvir e implementar o que está sendo discutido globalmente?’, afirma.
Periferia e Crise Climática
Gaio Jorge, 25 anos, engenheiro de alimentos, participa das discussões climáticas no G20 Social. Ele é de Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro e representa o PerifaLAB, rede de aceleração de lideranças periféricas. Ele acredita que a periferia acaba tendo a conta mais pesada da crise climática, destacando a necessidade de justiça climática como principal pauta que a bióloga Thaynara Fernandes vai levar e debater no G20 Social, no Rio de Janeiro.
Garantias e Futuro
Thaynara Fernandes, bióloga, mora na favela do Jacarezinho desde que nasceu, há 29 anos. Participa de articulações para implementar políticas públicas da agenda climática, reconhecendo a periferia como um dos principais atores na luta contra as mudanças climáticas. Ela questiona se as garantias de implementação das propostas desenvolvidas durante o G20 Social serão cumpridas, ressaltando a necessidade de pressão política e presença periférica nas decisões para garantir o sucesso das ações.
Fonte: @ Terra
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