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63% dos brasileiros têm parte da renda comprometida com apostas online. O comprometimento é de 8,38% da renda média e quase 20% do salário mínimo.
Certa vez relatei por aqui minha vivência com jogos. Foi em 2015. Uma experiência marcante. Ganhei R$ 50 em uma partida de pôquer com os amigos. Foi um momento de pura diversão e adrenalina. Desde então, sempre que surge a oportunidade, me arrisco em uma nova jogatina para testar minha sorte.
Alguns preferem a emoção da jogatina em um cassino, enquanto outros optam por jogos mais casuais em casa. Cada um tem sua maneira de se divertir e desafiar a sorte. O importante é aproveitar o momento e se divertir, seja em uma partida de cartas ou em um jogo eletrônico. A diversão está garantida para todos os amantes de jogos.
Jogo: uma experiência de apostas esportivas
Um estudo recente realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em colaboração com a AGP Pesquisas, intitulado ‘Impacto das apostas esportivas no comércio varejista brasileiro’, trouxe à tona dados preocupantes. Descobriu-se que 63% dos brasileiros envolvidos na jogatina on-line tiveram parte de sua renda comprometida com essas atividades de apostas. Embora o estudo não tenha especificado o percentual exato de comprometimento da renda, é possível inferir que, considerando a renda média do brasileiro nos primeiros três meses deste ano, o impacto é significativo.
A pesquisa revelou que o ticket médio dos sites de apostas é de R$ 263, o que representa 8,38% da renda média e quase 20% do salário-mínimo. Esses números, aparentemente modestos, ganham outra dimensão quando se considera o potencial de movimentação financeira dessa indústria, estimada em mais de R$ 130 bilhões para este ano.
O que mais chama a atenção no estudo da SBVC é a origem dos recursos destinados às apostas. Dos apostadores entrevistados, 23% deixaram de adquirir roupas, 19% reduziram suas compras em supermercados, 14% cortaram gastos com produtos de higiene e beleza, e surpreendentemente, 11% diminuíram suas despesas com saúde e medicamentos. A jogatina, como se sabe, possui um potencial viciante, liberando dopamina no cérebro e gerando sensações de prazer e motivação.
Por outro lado, os jogos são atividades recreativas estruturadas que visam entreter e desenvolver habilidades de forma lúdica. Promovem diversão e interação social, contribuindo para a qualidade de vida e saúde mental quando equilibrados com outras responsabilidades. No entanto, o desequilíbrio pode levar a consequências negativas.
Apesar dos esforços para regulamentar a atividade de jogo, é crucial abordar a questão sob diferentes perspectivas, incluindo a econômica, fiscal, financeira e de saúde. O transtorno de jogo patológico, reconhecido pela CID-10, reflete a dificuldade em estabelecer limites nessa prática, independentemente de serem jogos eletrônicos, de azar ou de apostas.
A pesquisa da SBVC ressalta a preocupação de que o dinheiro direcionado para jogos não contribui para a circulação econômica como em outros setores. Enquanto a troca de gastos em roupas por viagens mantém o dinheiro em circulação, as apostas não geram empregos nem benefícios sociais significativos. Regulamentadas ou não, as apostas esportivas representam um desafio complexo que requer uma abordagem abrangente e cuidadosa.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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