Construção do edifício Pietro Maria Bardi custou R$ 250 milhões para ampliar em 66% os espaços expositivos da instituição, gerando uma oportunidade para a formação de novas exposições.
Na Avenida Paulista, o presente é um convívio com o passado. O Masp, agora rebatizado Pietro Maria Bardi, tem o desafio de se inserir na rotina de quem passa pela via e además, valorizar sua história ao lado da joia brutalista, projetada por Lina Bo Bardi e inaugurada em 1968. Uma obra icônica que reflete o esforço de criar um espaço de Arte que englobe a tradição brasileira.
Em seu novo endereço, o Masp busca ser uma referência cultural em São Paulo. Com o nome de Pietro Maria Bardi, o museu surge como um complemento ao legado de sua antecessora. Ele não busca rivalizar com a obra da arquiteta Lina Bo Bardi, mas sim se apresentar como uma segunda parada para os amantes de Arte que percorrem a Avenida Paulista.
O Masp, um símbolo de mobilização social e construção de oportunidade
Ainda que os edifícios do Masp sejam distintos em sua arquitetura e estilo, compartilham uma essência comum: a capacidade de reunir a sociedade em torno de sua realização. Essa mobilização foi liderada por um grupo de empresários visionários, que, ao custo de R$ 250 milhões, financiaram a construção do novo edifício com doações privadas de 21 famílias influentes. Esses nomes agora são homenageados na entrada do museu, como um testemunho da importância desse projeto.
Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa e presidente do conselho do Masp, em uma entrevista ao NeoFeed, comemora o sucesso desse projeto incrível: ‘Às vezes, me belisco e me pergunto como conseguimos’. Desde 2017, ele e o advogado Heitor Martins, sócio da consultoria McKinsey e presidente da instituição, trabalharam incansavelmente para viabilizar a construção do novo edifício, buscando doações junto a famílias e empresários.
Martins lembra que a chave para engajar a sociedade foi oferecer visão, segurança institucional, transparência, contas em ordem e oportunidade de participação. ‘As pessoas querem se sentir participantes’, completa Setubal. A família Setubal tem uma longa tradição de apoio à cultura paulistana, tendo integramos conselhos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e do Instituto Itaú Cultural.
A entrada de Martins nesse universo é mais recente, embora seu interesse pela área tenha se manifestado desde jovem. Quando universitário, decorava seu quarto com o cartaz da mostra Tradição e Ruptura, realizada na Bienal de 1984. Além disso, seu primeiro convite para sair com Fernanda Feitosa — hoje sua esposa e criadora da SP-Arte, principal feira de arte do País — foi uma exposição de Salvador Dalí no MAM, quando ambos estavam no primeiro ano da faculdade, em 1986.
Martins começou a ser envolver com gestão cultural ao ser convidado pelo arquiteto Jorge Wilheim (1928-2014) para contribuir com a Fundação Nemirovsky, que guarda um dos mais importantes acervos de arte moderna brasileira. Em 2009, ao assumir a presidência na Fundação Bienal de São Paulo, que enfrentava uma dívida de R$ 5 milhões, chamou Setubal para ajudá-lo a sanear as finanças da instituição. Em 2014, a história se inverteu. A diretoria do Masp procurou Setubal em busca de um empréstimo para saldar dívidas que, em 2006, já haviam causado até o corte de luz do museu. ‘Era um gigante se afogando em uma poça d’água’, ilustra Martins. ‘Sem um modelo sustentável de gestão, o museu ia quebrar’, lembra Setubal. Em vez de um empréstimo, o CEO da Itaúsa optou por ingressar no conselho do museu e chamou Martins, que assumiu a presidência do MASP.
Fonte: @ NEO FEED
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