Sondagem do Ministério do Trabalho revela motivos para funcionários deixarem emprego: números, salários, demissões, ética empresas, baixo valor salário.
O Brasil está vivenciando um aumento significativo nos pedidos de demissão, especialmente em relação aos contratos de trabalho formalizados. No ano anterior, 7,4 milhões de indivíduos solicitaram sua saída de empregos, e em 2024, as demissões voluntárias nos quatro primeiros meses já superam em 15,6% os números registrados no mesmo período do ano passado.
Esse cenário de demissão reflete uma mudança no mercado de trabalho, onde muitos profissionais buscam novas oportunidades. O aumento das saídas pode estar relacionado a fatores como a busca por melhores condições de trabalho ou a insatisfação com o ambiente profissional. A rescisão contratual, muitas vezes, é uma decisão difícil, mas necessária para o crescimento pessoal e profissional.
Motivos para a Demissão
Embora o salário figure entre as causas que levam à demissão, ele não é o principal fator determinante. O Ministério do Trabalho conduziu uma pesquisa para entender as razões que levam os colaboradores a se despedirem de seus empregos. Os resultados foram os seguintes: a busca por outro emprego foi mencionada por 36,5% dos entrevistados, enquanto 32,5% relataram insatisfação com o salário. Outros motivos incluíram a falta de reconhecimento no trabalho (24,7%), questões éticas relacionadas à forma de trabalho da empresa (24,5%) e problemas com a chefia imediata (16,2%). Além disso, 15,7% dos trabalhadores apontaram a falta de flexibilidade na jornada como um fator relevante.
Dados sobre Demissões Voluntárias
De acordo com os dados do Caged, coletados entre janeiro e junho de 2024, 58% dos colaboradores que optaram pela demissão, em busca de um novo emprego, estavam sob vínculos celetistas. Este mesmo percentual indicou que os salários de admissão eram superiores aos salários de desligamento. Ao analisar a situação por gênero, 40% dos homens estavam em busca de outra oportunidade, 35% mencionaram o baixo valor do salário e 25% relataram a falta de reconhecimento como razão para a demissão. Por outro lado, entre as mulheres, 33% estavam à procura de um novo emprego, 29% citaram o baixo valor do salário e 27% mencionaram problemas éticos relacionados à forma de trabalho da empresa.
Aspectos da Pesquisa sobre Demissão
O Ministério do Trabalho destacou que não foram identificadas diferenças significativas nas motivações para o desligamento em relação a sexo, faixa etária, raça, etnia e regiões do país. A pesquisa abrangeu 53.692 trabalhadores que solicitaram a rescisão de seus contratos entre novembro de 2023 e abril de 2024. Além das causas internas, também foram analisadas questões externas que podem levar um trabalhador a pedir demissão: 21,7% relataram dificuldades de locomoção entre a residência e o trabalho, 18,6% estavam em busca de outro tipo de trabalho e 9,1% mencionaram a necessidade de cuidar de crianças ou de outros membros da família.
Desafios Enfrentados por Mulheres
A pesquisa revelou que as mulheres relataram mais problemas com chefias imediatas (17%) e com a flexibilidade na jornada (17%) do que os homens. Além disso, elas também mencionaram o adoecimento mental causado pelo estresse do trabalho, com 29% das mulheres relatando essa questão, em comparação a apenas 18% dos homens. Esses dados ressaltam a complexidade das razões que levam à demissão e a importância de se considerar as condições de trabalho e as relações interpessoais no ambiente corporativo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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