A prova é destinada a indivíduos que perderam a avaliação em novembro devido a problemas de infraestrutura ou saúde. Ela também contempla pessoas privadas de liberdade. O objetivo é valorizar expressões culturais periféricas vindas de comunidades, dentro das dinâmicas de manifestações artísticas.
O tema da redação na reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 é ‘Desafios para a valorização da arte de periferia no cenário cultural brasileiro’, o que revela a importância de se refletir sobre a dinâmica cultural do país e a necessidade de promover a diversidade artística. A valorização da arte de periferia é um ponto fundamental nessa discussão.
A valorização da arte de periferia enfrenta desafios significativos no cenário cultural brasileiro, como a falta de espaço institucional para a sua manifestação e a precariedade financeira que dificulta a sua produção e divulgação. Além disso, é preciso valorizar a diversidade artística, garantindo que a arte de periferia seja reconhecida e respeitada em todos os cantos do Brasil, o que pode ser alcançado por meio de políticas públicas que incentivem a produção e a exibição da arte de periferia em todo o território nacional.
Ampliação da Participação no Enem
Na reaplicação extraordinária do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em 10 e 11 de dezembro de 2022, cerca de 2 mil candidatos tiveram a oportunidade de reestrear o exame. Esse público específico foi selecionado por ter sido afetado por circunstâncias diversas que impossibilitaram sua participação na aplicação original em novembro. A lista de candidatos incluiu pessoas privadas de liberdade, detentos que enfrentaram doenças infectocontagiosas, desafios logísticos, como a falta de energia elétrica no local de aplicação do Enem, e problemas naturais, como enchentes e desastres. Nesse contexto, as unidades prisionais foram responsáveis pelo processo de inscrição dos detentos, enquanto os demais candidatos precisaram justificar suas ausências e solicitar o direito à reaplicação por meio da Página do Participante.
Desafios para a Valorização da Arte de Periferia
A Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 215, garante o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar e incentivar a valorização dessas manifestações. No entanto, apesar dessa proteção constitucional, a arte produzida nas periferias do Brasil enfrenta desafios significativos para obter o reconhecimento devido. A dificuldade em valorizar a arte periférica se manifesta devido à marginalização histórica dessas produções e à falta de investimento em políticas públicas que promovam sua integração. Para mudar esse cenário, medidas precisam ser implementadas.
Desvalorização e Marginalização da Arte Periférica
A desvalorização da arte produzida por essas comunidades dentro das dinâmicas sociais brasileiras ocorre devido à falta de investimento em políticas públicas eficazes para promover sua integração. Esse fenômeno também é perpetuado pela estrutura social que tradicionalmente privilegia expressões artísticas vindas de centros urbanos e classes sociais mais altas. Como resultado, a arte periférica permanece fora dos circuitos culturais estabelecidos. O sociólogo Jessé Souza destaca que a estrutura social brasileira perpetua desigualdades que marginalizam as expressões das classes populares. Em consonância com essa visão, é necessário reconhecer a importância da arte periférica no cenário cultural brasileiro e implementar políticas públicas eficazes para sua valorização. A valorização dessas manifestações culturais não apenas preserva a identidade das comunidades periféricas, mas também promove a diversidade cultural do país.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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