O citomegalovírus causa infecção intestinal crônica que pode influenciar o desenvolvimento de um subtipo específico da doença biologicamente.
A doença de Alzheimer é uma condição complexa e multifacetada que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e pesquisadores continuam a buscar entender suas causas e mecanismos. Uma das descobertas mais intrigantes recentes é a conexão entre a doença de Alzheimer e o citomegalovírus (CMV), um vírus da família do herpes.
Segundo a pesquisa publicada na Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, o CMV pode estar relacionado a até 45% dos casos da doença de Alzheimer. Essa descoberta pode ter implicações importantes para o entendimento e o tratamento da doença, e pesquisadores estão ansiosos para explorar essas conexões mais a fundo. A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa incurável que afeta a memória e o pensamento, e qualquer avanço na compreensão de suas causas pode ser crucial para encontrar uma cura ou tratamento eficaz.
Descoberta Relaciona Citomegalovírus a Doença de Alzheimer
Pesquisadores do Instituto de Medicina Regenerativa de Nova Iorque, nos Estados Unidos, identificaram uma conexão entre uma infecção crônica intestinal causada pelo citomegalovírus (CMV) e o desenvolvimento de um subtipo específico de doença de Alzheimer, afetando entre 25% a 45% das pessoas diagnosticadas com a condição. Essa pesquisa, apresentada na revista científica PLoS Pathogens, sugere que o vírus pode contribuir para o desenvolvimento de Alzheimer anos depois.
Um Subtipo Biologicamente Único de Doença de Alzheimer
Segundo Ben Readhead, coautor da pesquisa, a equipe acreditou ter identificado um subtipo biologicamente único de doença de Alzheimer que pode afetar de 25% a 45% das pessoas diagnosticadas com essa condição. Caso a hipótese seja confirmada, os cientistas planejam explorar o uso de medicamentos antivirais como opções para prevenir ou tratar o Alzheimer associado ao CMV.
Desenvolvimento de Exame de Sangue para Identificar Infecção
Para isso, estão desenvolvendo um exame de sangue capaz de identificar pessoas infectadas pelo vírus e que poderiam se beneficiar dessas terapias. O objetivo é encontrar pacientes que possam se beneficiar dessas terapias e reduzir o impacto da doença de Alzheimer associada ao CMV.
Papel do Citomegalovírus na Doença de Alzheimer
O citomegalovírus é amplamente disseminado e a maioria das pessoas entra em contato com ele nas primeiras décadas de vida. O vírus é transmitido por meio de fluidos corporais, mas só se espalha quando está ativo. Embora a maioria das pessoas infectadas não apresente sintomas, o CMV pode causar complicações graves em indivíduos imunocomprometidos.
Como o Vírus Influencia a Doença de Alzheimer
Os pesquisadores descobriram que, em certos casos, o citomegalovírus permanece ativo no intestino por longos períodos, podendo migrar para o cérebro através do nervo vago. No cérebro, ele é reconhecido pela microglia, célula imunológica que ativa o gene CD83, envolvido em mudanças biológicas características do Alzheimer.
Relação Entre CD83 e Doença de Alzheimer
Estudos anteriores já haviam apontado relação entre a ativação do CD83 e a doença de Alzheimer. Recentemente, os cientistas identificaram anticorpo no intestino de pacientes com doença de Alzheimer, reforçando a possibilidade de infecção pelo CMV estar associada ao desenvolvimento da doença.
Contato com o Vírus Não É Sinônimo de Risco Elevado
Apesar das descobertas, os especialistas ressaltam que a maioria das pessoas entra em contato com o citomegalovírus ao longo da vida sem desenvolver doença de Alzheimer. Dados mostram que cerca de 80% dos indivíduos apresentam anticorpos contra o vírus aos 80 anos, mas apenas um subconjunto enfrenta infecções intestinais crônicas relacionadas à doença. Portanto, os pesquisadores alertam que a simples exposição ao CMV não deve ser motivo de preocupação, mas abre caminho para novas abordagens no estudo e tratamento da doença de Alzheimer.
Fonte: @Olhar Digital
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