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Filme mostra o percurso histórico de uma personagem ficcional em hospital. Ninguém Sai Vivo Daqui, estreia quinta-feira.
O longa-metragem ‘Ninguém Sai Vivo Daqui’ estreia nos cinemas nesta quinta-feira (11). Mesmo sendo uma produção ficcional, o filme retrata a tragédia que aconteceu no Hospital Psiquiátrico de Barbacena, também chamado de Colônia, em Minas Gerais. ‘A obra, ao evidenciar de forma crua como [a situação era], se torna por si só um argumento poderoso a favor da luta antimanicomial’, destaca o diretor André Ristum em entrevista à CNN.
No segundo parágrafo, é importante ressaltar que a produção cinematográfica ‘Ninguém Sai Vivo Daqui’ promete emocionar o público com sua narrativa impactante. A obra audiovisual traz à tona questões relevantes sobre a saúde mental e a importância de se repensar os métodos de tratamento utilizados no passado. O filme, além de entreter, busca sensibilizar o espectador para a realidade vivida por tantas pessoas em instituições psiquiátricas, mostrando a necessidade de uma abordagem mais humana e inclusiva.
Explorando a Profundidade da Obra Cinematográfica
”É uma narrativa com um conteúdo extremamente impactante, não é mesmo? Do ponto de vista documental, já havia elementos, como o próprio documentário da Daniela [Arbex], então havia uma quantidade significativa. No âmbito ficcional, não havia nada. Portanto, considerando meu histórico no cinema de ficção em comparação com o cinema documental, optei por seguir por esse caminho.”
A Jornada de ‘Ninguém Sai Vivo Daqui’
‘Ninguém Sai Vivo Daqui’ é inspirado no livro da renomada jornalista Daniela Arbex, publicado em 2013, que aborda os detalhes sobre os mais de 60 mil falecidos no ‘maior hospício do Brasil’.
O local recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, indivíduos homossexuais, profissionais do sexo, epiléticos, mães solteiras, jovens problemáticas, mulheres grávidas de seus empregadores, garotas que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de pessoas consideradas fora dos padrões sociais’, descreve a sinopse do livro.
A obra foi reconhecida como a melhor do gênero livro-reportagem pela Associação Paulista de Críticos de Arte e conquistou o segundo lugar na mesma categoria do Prêmio Jabuti em 2014.
Neste ano, o longa-metragem ‘Holocausto Brasileiro’ estreou na Netflix. Originalmente lançado em 2016, o filme detalha a vida das pessoas que foram internadas no hospício, também baseado na obra de Arbex.
A Profundidade do Cinema Documental e Ficcional
‘Ao me deparar com essa narrativa, com todas essas vidas que passaram por essa tragédia, o que mais me impressionou foi a história de mais de 70% das pessoas que eram admitidas nessas instituições sem qualquer diagnóstico’, continua o diretor.
‘Isso me impactou profundamente, pois a medicina e a psiquiatria da época não consideravam como tortura o ato de aprisionar e maltratar essas pessoas. O que mais me chocou foi ver os marginalizados e rejeitados da sociedade sendo enviados sem diagnóstico, sem atestado médico e muitas vezes internados pelo resto de suas vidas.’
O filme narra a jornada de Elisa, interpretada por Fernanda Marques, que é enviada para o Hospital Psiquiátrico de Barbacena após engravidar de seu namorado. Embora Elisa seja uma personagem fictícia, sua história reflete a realidade de inúmeras mulheres durante os anos 1970.
‘Sempre foi um dos projetos que mais me envolvi, é o que mais me enche de orgulho, pois tenho uma paixão por abordar temas que possam impactar o mundo’, revela Fernanda Marques à CNN. ‘Apesar da trama ser intensa, o ambiente de filmagem era repleto de amor. Precisamos compartilhar o que temos de mais profundo e transformar isso em ação.’
Fernanda Marques como Elisa em ‘Ninguém Sai Vivo Daqui’ / Divulgação/Gullane+
‘Tivemos uma preparação minuciosa, uma imersão profunda’, continua. ‘Vivemos nesse universo, comemos, dormimos, trabalhamos incansavelmente… então acredito que tudo isso contribuiu para o sucesso desta produção cinematográfica.’
Fonte: © CNN Brasil
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