Relatório de receitas e despesas do governo apresenta pontos positivos, mas mercado esperava redução mais significativa nas despesas, afetando a Avaliação da Meta Fiscal e o Arcabouço de Gestão.
O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (23) com uma leve valorização, após o governo revisar para baixo a previsão de déficit primário para 2024, mas sem indicar se pretende reduzir ainda mais os gastos. Essa mudança no cenário econômico trouxe uma certa estabilidade para a moeda norte-americana.
No entanto, após a coletiva de imprensa do Ministério do Planejamento, a divisa dólar perdeu parte dos ganhos obtidos anteriormente. A redução do déficit primário é um fator importante para a estabilidade da moeda, mas a falta de clareza sobre os próximos passos do governo gerou incerteza no mercado. A divisa continua sendo um indicador importante para a economia, e sua flutuação pode afetar a inflação e o comércio internacional. A estabilidade da moeda é fundamental para o crescimento econômico.
Flutuação do Dólar e Impacto na Economia
Ao final da sessão, a moeda nacional avançou 0,25%, alcançando o valor de R$ 5,534. Enquanto isso, o Dólar operava em alta de 0,14% contra as moedas de países desenvolvidos. Essa flutuação reflete a instabilidade econômica global e a influência do Dólar no mercado financeiro.
Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas
Na sexta-feira, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgaram o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 4º bimestre. Esse documento é fundamental para entender as medidas que serão implementadas para alcançar a meta fiscal do ano. O secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, afirmou que a equipe econômica do governo está comprometida em cumprir a meta estabelecida.
Análise do Relatório
O relatório apresentou um aumento do bloqueio de receitas discricionárias de R$ 2,1 bilhões, valor inferior ao esperado pelo mercado. Além disso, foi revertido o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões anunciado no trimestre anterior, o que não era esperado. Gino Olivares, economista chefe do escritório de gestão de fortunas Azimut, explicou que ‘o valor abaixo do esperado do bloqueio se explica fundamentalmente pela manutenção de subestimação relevante do valor dos benefícios previdenciários’.
Revisão das Projeções
O governo revisou para cima sua projeção de receitas em R$ 4,4 bilhões, revertendo com isso o contingenciamento anunciado no trimestre anterior. Houve redução de receitas relevantes previstas que não se concretizariam, mas essa perda foi mais do que compensada por maiores receitas resultantes das revisões para cima das premissas de crescimento e inflação e por outras receitas de natureza não recorrente.
Problemas com os Números
Olivares questionou a validade das projeções apresentadas no relatório, afirmando que ‘várias das projeções, tanto de receitas quanto de despesas, são questionáveis’. Além disso, ele destacou que a banda de tolerância é para ser utilizada para absorver surpresas negativas nas receitas e despesas que não podiam ser antecipadas, mas não é esse o caso. As receitas superaram as previsões, em boa medida pelo crescimento da economia acima do esperado.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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