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Conselhos médicos combatem prática indiscriminada de leigos em estética. Jovem esteticista influenciadora realiza cirurgias complexas sem formação médica.
Representantes de conselhos e sociedades médicas elaboraram um relatório que defende a limitação de sete procedimentos estéticos invasivos exclusivamente para médicos. O extenso documento de 79 páginas, divulgado pela CNN, apresenta um panorama sobre o que eles classificam como ‘prática indiscriminada do exercício ilegal da medicina‘, que acarreta problemas ‘à saúde pública’ e ‘está crescendo de maneira alarmante e rápida no Brasil’. A discussão ocorreu entre membros do Conselho Federal de Medicina e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, na semana passada.
Os sete procedimentos citados são utilizados para aprimorar as condições da pele, modificar a estrutura de rostos e corpos e disfarçar sinais da idade. Além disso, a regulamentação desses procedimentos cosméticos visa garantir a segurança e a eficácia dos tratamentos estéticos, protegendo a população de possíveis riscos à saúde. É fundamental que haja um controle rigoroso para evitar a realização inadequada desses procedimentos, assegurando que sejam realizados por profissionais capacitados e habilitados para tal.
Procedimentos cosméticos: uma prática indiscriminada em ascensão
A medicina forma profissionais capacitados para lidar com a saúde humana de forma responsável e segura. No entanto, a crescente demanda por procedimentos estéticos tem levado a uma alarmante rápida proliferação de práticas realizadas por indivíduos sem a devida qualificação. O caso do jovem Henrique Chagas, cuja morte foi causada por complicações após um peeling de fenol realizado por uma influenciadora que se dizia esteticista, é um exemplo chocante dos perigos dessa tendência.
A influência de indivíduos não habilitados na realização de procedimentos cosméticos tem levado a situações preocupantes. O Conselho Federal de Medicina, em conjunto com a Anvisa e o Cremesp, tem se mobilizado para conter essa prática indiscriminada, que coloca em risco a saúde e a vida dos pacientes. A necessidade de regulamentação e fiscalização nesse setor se torna cada vez mais evidente diante dos casos de complicações e danos irreversíveis causados por procedimentos mal executados.
O ‘Dossiê de Complicações’, assinado por oito regionais das sociedades médicas de Dermatologia e Cirurgia Plástica, destaca a gravidade da situação. O documento denuncia a realização de procedimentos como preenchimentos cutâneos, toxina botulínica, Endolaser, peeling de fenol e até cirurgias complexas por profissionais não médicos, como fisioterapeutas, enfermeiros, biomédicos, dentistas, cabeleireiros e esteticistas. A falta de preparo e conhecimento técnico desses indivíduos pode resultar em complicações sérias e até fatais para os pacientes.
A cidade de São Paulo tem sido palco de casos de violência decorrentes de procedimentos estéticos mal realizados. A busca por resultados imediatos e a influência de propagandas enganosas têm levado pessoas a se submeterem a tratamentos duvidosos, muitas vezes sem a devida avaliação médica. A disseminação da prática indiscriminada de procedimentos cosméticos coloca em risco a saúde e a integridade física dos cidadãos, exigindo uma ação urgente das autoridades competentes.
É fundamental que a Anvisa reconsidere a proibição do fenol para não-médicos e estabeleça diretrizes claras para a realização de procedimentos estéticos. A segurança e o bem-estar dos pacientes devem ser prioridade, e a garantia de que tais procedimentos sejam realizados exclusivamente por profissionais habilitados é essencial para evitar danos irreparáveis. A conscientização sobre os riscos envolvidos na prática indiscriminada de procedimentos cosméticos é fundamental para proteger a saúde da população e garantir a qualidade dos serviços oferecidos.
Fonte: @ CNN Brasil
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