Junte-se à causa, pois a mudança na vida delas reflete positivamente na vida de muitas outras pessoas, homens e mulheres, influenciando a presença masculina no mercado de trabalho e desenvolvimento de serviços públicos de impacto.
No início de outubro, um marco importante foi alcançado no movimento de Empoderamento Feminino. O documento oficial do W20, conhecido como Communiqué, foi entregue aos representantes do G20, marcando um passo significativo em direção à igualdade de gênero. Esse documento contém cinco propostas que visam fortalecer a posição das mulheres na sociedade e promover a autonomia feminina.
A entrega do Communiqué foi um momento de grande importância, pois representa a voz das mulheres em um fórum global. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o embaixador e sous-sherpa do G20, Felipe Hees, e a Maria Helena Guarezi, Secretária-Executiva do Ministério das Mulheres, receberam o documento, simbolizando o compromisso do governo em promover a liberdade de escolha e a igualdade de gênero. Esse é um passo importante em direção ao Empoderamento Feminino, que visa garantir que as mulheres tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial. A luta pela igualdade de gênero é um processo contínuo, e é fundamental que continuemos a trabalhar juntos para alcançar esse objetivo.
Empoderamento Feminino: Desafios e Oportunidades
O documento apresentado é uma chamada à ação para apoiar as meninas e mulheres em suas lutas por igualdade e oportunidades em áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). De acordo com a pesquisa da Gartner, até 2025, haverá cerca de 2 milhões de vagas na área de tecnologia para serem preenchidas. No entanto, segundo a Unesco, apenas 35% das matrículas globais atualmente em cursos dentro dos nichos de STEM são ocupadas por mulheres, e apenas 30% delas se formam em seus respectivos cursos. Isso é um reflexo da falta de igualdade de gênero e da autonomia feminina em áreas que são consideradas ‘masculinas’.
A presença masculina é maioria nos cursos de STEM, desde o corpo docente até os colegas de profissão. Além disso, muitas mulheres que desejam seguir carreira nesse mercado são desencorajadas dentro da própria casa, por pais, companheiros e conhecidos que ainda acreditam que essas são áreas ‘masculinas’. Isso é um exemplo claro da falta de liberdade de escolha e da igualdade de gênero.
Além da questão do gênero, existem também os marcadores sociais que impedem mulheres e meninas de terem acesso à educação. É difícil para alguém branco, de classe média trabalhar nas áreas de STEM, imagine como deve ser para aquela menina negra, de família pobre que mora em alguma comunidade periférica? Ou para uma mulher indígena? A falta de igualdade de gênero e de oportunidades é um obstáculo significativo para o desenvolvimento de mulheres e meninas.
Empoderamento Feminino: Uma Proposta para Mudar o Cenário
Com a proposta apresentada no Communiqué, o objetivo é mudar esse cenário para todas aquelas que pretendem fazer uma graduação em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Isso inclui oferecer bolsas de estudo e financiamento, investindo no desenvolvimento de ferramentas digitais inclusivas e serviços públicos de impacto para reduzir as desigualdades e na criação de tecnologias de Inteligência Artificial equitativas em termos de gênero por meio de financiamento de pesquisas.
Além disso, é importante mostrar para o mundo como a nossa luta é importante e assim conquistar cada vez mais apoiadores para essa causa ao longo do caminho. O caminho é longo, mas estamos lutando para mudar o futuro das mulheres e meninas de todo o mundo. Junte-se também a essa causa, pois a mudança na vida delas refletem direta e positivamente na vida de muitas outras pessoas, homens e mulheres.
Ana Fontes é empreendedora, pesquisadora de gênero e especialista em empreendedorismo feminino. Fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), ela é uma defensora apaixonada do empoderamento feminino e da igualdade de gênero.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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