Banco alega que CFO teria recebido R$ 4,86 milhões indevidamente. Acusados contestam argumentos da instituição financeira.
Em uma ação civil, o Itaú Unibanco buscou punir responsabilidades a Alexsandro Broedel e Eliseu Martins.
Além de terem uma relação de negócios, o Itaú Unibanco também descobriu que Alexsandro Broedel e Eliseu Martins mantinham uma parceria que o beneficiava financeiramente, e que instituição do banco entende que elas violavam as regulamentações do mercado. As contas de Alexsandro Broedel fechadas em 24 de abril ainda continham R$ 2,3 milhões, mas um valor de R$ 6,4 milhões constava na planilha do Unibanco, que foi elaborada até o dia 27, quando o ex-diretor deixou o banco. O banco entende que os valores transferidos foram utilizados para fins pessoais, e que Unibanco tem direito de receber o montante.
Conflito de Interesses no Itaú
A assessoria de imprensa do executivo Broedel afirmou que as acusações apresentadas pelo Itaú são ‘infundadas’ e que ele tomará medidas judiciais para defender seu nome. Por outro lado, o executivo Martins protesta ‘de forma veemente contra as declarações e decisões do Itaú’, acusando a instituição de má-fé na interpretação dos fatos.
Cronologia do Caso
Julho: Broedel anuncia sua saída do Itaú para assumir um posto global no Santander, na Espanha. O executivo estava no Itaú há mais de 12 anos e ocupava o cargo de CFO desde o início de 2021.
Agosto: O Itaú dá início a apurações internas para entender se Broedel prestava serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto atuava como diretor financeiro (CFO).
Setembro: O banco encerra todos os vínculos manti com Broedel, que cumpria quarentena.
Dezembro: O banco realiza assembleia no dia 5 e decide anular as contas do ex-CFO e tomar as ‘medidas legais cabíveis’ contra o executivo. Em seguida, ingressa com a ação civil.
Pessoas Envolvidas
Broedel deixou o cargo de CFO do banco em julho deste ano para assumir como chefe de contabilidade global do Santander, na Espanha, no início de 2025. O executivo estava no Itaú há mais de 12 anos e ocupava o posto de CFO desde o início de 2021.
Broedel foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 2010 e 2012 e, antes disso, era consultor do escritório Mattos Filhos. É formado em Contabilidade e Direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde também leciona há 22 anos.
Martins é uma das maiores referências em contabilidade do país, é consultor, palestrante e parecerista da área contábil. Ele é bacharel, doutor e livre-docente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), e é também professor emérito da instituição.
Empresas Envolvidas
O caso envolve três empresas, além do Itaú. A primeira é a Broedel Consultores, criada em 1998 por Broedel, ou seja, bem antes do seu ingresso no Itaú, o que aconteceu em 2012. Martins se tornou sócio do ex-CFO na consultoria nesse mesmo ano.
A segunda é a Care Consultores, sociedade entre Martins e seu filho Eric Martins. A empresa atuava fornecendo pareceres para o Itaú.
A terceira é a Evam Consultores, sociedade formada por dois filhos de Martins, Eric e Vinicius Martins.
Acusação do Itaú
De acordo com o banco, Broedel teria omitido dos controles internos que mantinha uma sociedade com Martins, fornecedor do Itaú, e que exercia atividade externa de consultor e parecerista. Esses fatos, segundo a instituição, representam ‘grave descumprimento do Código de Ética’.
Frente aos indícios de conflito de interesses, o banco afirma que aprofundou o levantamento dos serviços contratados e concluiu que, de junho de 2019 a junho de 2024, Broedel contratou 40 pareceres da Care que resultaram em 21 pagamentos, no valor total de R$ 13,255 milhões.
Do total de pareceres, 36 foram assinalados como recebidos pelo Itaú. O valor total dos pagamentos foi de R$ 13,255 milhões.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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