Levantamento considera gastos com segurança, burocracia, tribunais, encarceramento e acesso à informação, impactos devastadores da proibição das drogas no sistema de justiça.
Um estudo recente comprovou que o Brasil gasta um valor significativo com a Polícia. Apesar disso, a proibição das drogas não tem eficácia, gerando consequências negativas. Além da comparação com as despesas do sistema de justiça, o relatório destacou que a proibição tem impactos devastadores, principalmente para a juventude negra e periférica.
Os números que chamam atenção no contexto brasileiro incluem que a Bahia gasta mais do que o Rio de Janeiro no combate às drogas. Isso nos faz questionar se a Polícia está eficazmente lidando com o problema. Além disso, a falta de eficácia da proibição leva a consequências sociais negativas, tornando-se um assunto de grande relevância para a sociedade.
Polícia: Combate às Drogas Custo Bilionário
A Escola Estadual Professora Isabel Cristina Fávaro Palma, localizada em Tejupá, interior paulista, custou R$ 5,5 milhões. Se fosse possível construir outras 679 escolas com o valor gasto no combate às drogas no ano passado em São Paulo, o investimento teria sido mais eficaz em promover a educação. Além disso, considerando cinco outros estados, o número de estabelecimentos de ensino poderia ter sido ainda maior, alcançando 954 unidades.
Repressão Policial e Sua Consequência
O estudo Efeito Bumerangue: o Custo da Proibição das Drogas revela que, em outras comparações, 396 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) poderiam ser mantidas durante um ano, com os R$ 7,7 bilhões gastos por São Paulo, incluindo os valores utilizados pela Bahia, que gastou mais do que o Rio de Janeiro, e também o Distrito Federal, Santa Catarina e Pará.
Polícia, Política e Sociedade
A pesquisa, realizada por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), considera custos do Ministério Público, Defensoria, Tribunal de Justiça, entre outros. Mais da metade do valor total foi destinado às polícias militares e aos sistemas penitenciários, mostrando o levantamento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
Polícia e Políticas Públicas
Julita Lemgruber, coordenadora do CESeC e do projeto Drogas: Quanto Custa Proibir, destaca que a guerra às drogas se assemelha a uma jogada de bumerangue amadora e sem estratégia, mas o objeto aqui é um montante bilionário de dinheiro público, que se volta contra a população, com impactos devastadores, principalmente para a juventude negra e periférica.
Polícia, Educação e Prevenção
Os seis estados considerados no estudo gastaram, em um ano, quase R$ 1 bilhão para privação e restrição de liberdade de adolescentes punidos por atos infracionais em crimes previstos na Lei de Drogas (11.343/06). Chama a atenção o fato de que, no Rio de Janeiro e em São Paulo, 40% dos adolescentes que estão nos sistemas socioeducativos foram enquadrados em crimes previstos na Lei de Drogas. No Pará, a situação é inversa: apenas 3,9%.
Polícia e Desinvestimento
A pesquisa denuncia que não existem informações oficiais sobre o custo das operações policiais, o que subestima o valor total do real impacto da implementação da Lei de Drogas. Ações cotidianas de revistas nas ruas só resultam em registros formais quando alguma quantidade de droga é apreendida. As polícias militares fazem operações muito custosas para o Estado e que devastam a vida e o futuro de milhares de jovens negros das periferias, seja pela letalidade da sua ação, seja pelo encarceramento ou pelas limitações impostas à vida cotidiana.
Fonte: @ Terra
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