Histórico de consumo intenso de cigarro pode causar danos irreversíveis às artérias e ao coração.
O consumo de cigarros é um hábito perigoso que pode levar a consequências devastadoras para a saúde, especialmente para os fumantes que acumulam mais de um maço por dia ao longo de 8 anos ou mais. Uma pesquisa recente publicada no periódico médico JAMA Network Open trouxe à luz uma informação preocupante sobre o risco de doenças cardiovasculares em ex-fumantes e fumantes atuais.
De acordo com os resultados da pesquisa, os fumantes com um histórico intenso de consumo de cigarros podem levar mais de 25 anos para ter o risco de doenças cardiovasculares reduzido ao nível de uma pessoa que nunca fumou. Isso significa que esses indivíduos precisam estar cientes da necessidade de manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e atividade física regular, para mitigar os efeitos nocivos do tabagismo. Além disso, a pesquisa destaca que a redução do risco de doenças cardiovasculares também depende de outros fatores, como a pressão arterial e o nível de colesterol. Portanto, é fundamental que os ex-fumantes e fumantes atuais sejam monitorados de perto por profissionais de saúde para garantir que estejam seguindo o tratamento adequado e fazendo os ajustes necessários para minimizar o risco de doenças cardiovasculares.
Consequências prolongadas do tabagismo
Um estudo conduzido pelo Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia do Sul, que analisou dados de mais de 5,3 milhões de pessoas, revelou que o histórico de consumo de fumantes influencia significativamente o risco cardiovascular. A pesquisa abrangeu indivíduos fumantes atuais, ex-fumantes e não fumantes, considerando fatores como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial. O estudo mostrou que o risco de doenças cardiovasculares entre ex-fumantes com história intenso de fumaça é estatisticamente semelhante ao dos fumantes atuais nos primeiros 20 anos após a cessação. Só após duas décadas e meia, o risco começa a diminuir para níveis comparáveis aos de quem nunca fumou.
Recuperação cardiovascular de ex-fumantes
O período prolongado de recuperação indica que o tabagismo intenso pode deixar marcas profundas e duradouras nas artérias e no sistema cardiovascular, elevando as chances de problemas como infarto, insuficiência cardíaca e outras condições graves mesmo anos depois do abandono do cigarro. Diferentemente, ex-fumantes com menor histórico de consumo podem ver seu risco de doenças cardíacas retornar aos níveis de quem nunca fumou em até 10 anos após a cessação.
Benefícios do abandono precoce do cigarro
Os dados também reforçam a importância de abandonar o cigarro antes que o consumo acumulado gere prejuízos irreversíveis. Para ex-fumantes com baixo consumo, os benefícios são evidentes: o risco de desenvolver doenças cardiovasculares diminui rapidamente, facilitando o retorno do coração a uma condição saudável em um prazo mais curto. Parar de fumar cedo ajuda a evitar danos permanentes nos vasos sanguíneos e nas artérias, prevenindo complicações crônicas como a aterosclerose e a hipertensão.
Políticas de prevenção e contenção ao tabagismo
Essa diferença entre ex-fumantes leves e pesados destaca a importância de políticas de prevenção e contenção ao tabagismo. Campanhas de cessação precoce e apoio para quem deseja parar de fumar podem ser decisivos para reduzir o número de pessoas que alcançam o ‘ponto de não retorno’, quando o risco cardiovascular continua elevado por décadas.
Parar de fumar após diagnóstico de câncer
Outro estudo publicado na revista JAMA Oncology investigou a relação entre o abandono do cigarro e a sobrevivência de pacientes com câncer. A pesquisa incluiu mais de 4.500 pacientes diagnosticados com tipos diversos de câncer, incluindo de mama, pulmão e cabeça e pescoco. Os resultados mostraram que pacientes que entraram em programas para parar de fumar nos primeiros seis meses após o diagnóstico tiveram uma taxa de sobrevida mais alta em comparação com aqueles que continuaram a fumar. Parar de fumar após o diagnóstico pode ser decisivo para melhorar a sobrevida de pacientes com câncer.
Fonte: @ Veja Abril
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