Auditoria identificou transferências de verbas para pesquisas diretamente para contas suspeitas; Polícia Civil e MP investigam o caso.
Uma auditoria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) revelou que R$ 5.092.925,88 de recursos destinados a projetos de pesquisa do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp foram repassados para Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária da instituição acusada de desviar verbas destinadas à ciência. A situação veio à público em fevereiro deste ano, quando a Unicamp identificou movimentações suspeitas nas contas relacionadas às pesquisas.
Desde que a ex-funcionária foi demitida, a universidade tem tomado medidas para reforçar o controle interno e evitar casos semelhantes no futuro. As investigações sobre as ações da funcionária anterior continuam em andamento para garantir a integridade e transparência das finanças da instituição.
Ex-funcionária da Funcamp deixou o país em fevereiro
À época, Ligiane foi demitida da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), onde era lotada. De acordo com informações do g1, a ex-funcionária saiu do país em fevereiro para evitar maiores complicações relacionadas ao caso.
Defesa de ex-funcionária aguarda notificação formal
A defesa de Ligiane informou ao g1 que teve conhecimento sobre o inquérito policial em maio, mas até o momento não recebeu notificação oficial para apresentar sua versão dos fatos. O advogado Rafael de Azevedo ressaltou que a defesa compareceu à delegacia para agendar o depoimento da ex-funcionária, mas ainda aguarda a marcação da data.
Verbas de pesquisas destinadas a 36 pesquisadores
Segundo a Fapesp, os R$ 5 milhões envolvidos no caso foram destinados a 36 pesquisadores do Instituto de Biologia (IB). A Fundação comunicou ao Ministério Público Estadual (MP-SP) que está investigando tanto o aspecto cível quanto o criminal do caso. Um trabalho de auditoria está em andamento para determinar o valor exato desviado dos pesquisadores.
Transferências bancárias suspeitas e inquérito policial em andamento
A Unicamp identificou 220 transferências bancárias suspeitas realizadas pela ex-funcionária ligadas a diversas justificativas, como compra de equipamentos e desenvolvimento de softwares. O Ministério Público de Campinas deu prazo para a conclusão das investigações internas da Unicamp e Fapesp, visando fornecer informações adicionais para o inquérito em andamento.
Aprofundamento da auditoria e responsabilidade dos pesquisadores
A Fapesp confirmou a movimentação de cerca de R$ 5 milhões pela conta da ex-funcionária da Unicamp, mas ainda não está claro quanto foi desviado dos projetos de pesquisa. Uma auditoria detalhada está sendo realizada para esclarecer essa questão. A Fundação reiterou a importância da prestação de contas documentada e esclarecimentos por parte dos pesquisadores envolvidos.
Posicionamento da Unicamp diante da situação
A Unicamp está conduzindo uma Sindicância Administrativa para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis após a conclusão do processo. A universidade afirmou que adotará todas as providências necessárias para lidar com o caso.
Investigação criminal e possíveis desdobramentos
O caso também está sendo investigado criminalmente pela Polícia Civil, que apura a suspeita de peculato cometida pela ex-funcionária da Funcamp. Paralelamente às investigações cíveis, o desenrolar do inquérito policial pode trazer novos desdobramentos para o caso.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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