Uma cordilheira metafórica entre o deserto netuniano e a savana ajuda a esclarecer a formação de exoplanetas com atmosferas intactas em uma paisagem planetária.
Uma equipe internacional de cientistas, liderada por pesquisadores especializados em exoplanetas, descobriu um novo “mapa” que revela padrões de distribuição de planetas semelhantes ao nosso vizinho azul, os chamados “netunos”. Essa descoberta é fundamental para entender como os exoplanetas se formam e evoluem no universo.
De acordo com o estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics, os cientistas identificaram uma “cordilheira” netuniana, que separa um “deserto” de planetas gasosos de uma “populosa savana” de mundos extrassolares. Essa descoberta é um marco importante na busca por entender a formação e evolução dos exoplanetas. Além disso, os resultados do estudo também sugerem que a formação de planetas pode ser influenciada por fatores como a distância em relação à estrela central e a presença de outros planetas no sistema. Essa nova compreensão pode ajudar a explicar a diversidade de planetas que existem no universo, incluindo os exoplanetas que são semelhantes aos nossos planetas do sistema solar.
Exoplanetas: O Deserto e a Savana Netuniana
A busca por exoplanetas tem sido um tema de grande interesse para astrônomos e cientistas planetários. No entanto, a distribuição desses mundos distantes é um mistério que ainda não foi completamente desvendado. Em particular, o deserto netuniano, onde há uma escassez de exoplanetas próximos à sua estrela, tem intrigado os especialistas. Já a savana netuniana, por outro lado, exibe uma profusão de mundos distantes de suas estrelas.
A recém-identificada cordilheira netuniana marca uma zona crítica, indicando uma transição acentuada entre o deserto de Netuno estéril e a savana netuniana mais populosa. Essa região intermediária é fundamental para entender os mecanismos físicos que moldam o deserto. A cordilheira netuniana é uma zona de transição entre o deserto e a savana, onde os planetas gasosos podem perder suas atmosferas devido à radiação extrema.
Classificação de Exoplanetas
Para contextualizar a imensidade de sistemas exoplanetários, os pesquisadores dividem os planetas extrassolares de acordo com seu raio e período orbital. Assim surgiram os superjúpiteres e superterras, mais massivos que os planetas do Sistema Solar; e subnetunos, menores do que o planeta gasoso. Já o sufixo ‘quente’ identifica um planeta que orbita sua estrela em poucos dias terrestres, ou mesmo horas.
Com base nesses conceitos, os cientistas buscaram definir os limites do deserto netuniano, isto é, a escassez de netunos quentes. A teoria vigente é que essa ausência se deve à intensa radiação estelar, que acaba removendo a atmosfera desses planetas, transformando-os em planetas menores em um processo conhecido como fotoevaporação.
A Cordilheira Netuniana
A cordilheira netuniana é uma região intermediária, com um período orbital entre 3,2 e 5,7 dias terrestres, que fornece uma chave para entender os mecanismos físicos que moldam o deserto. A existência de algo como uma cordilheira sugere que alguns netunos são atraídos para essa região por uma ‘migração de alta excentricidade’, ao mudar suas órbitas para um formato mais alongado ou elíptico, mas, ainda assim, preservar parte de suas atmosferas, mesmo expostos à intensa radiação estelar.
Segundo o primeiro autor da pesquisa, Amadeo Castro-González, ‘A cordilheira netuniana é só começo’. A descoberta dessa região intermediária abre novas perspectivas para a compreensão da formação e evolução dos exoplanetas. A busca por exoplanetas continua a ser um desafio emocionante para a comunidade científica, e a cordilheira netuniana é um passo importante nessa jornada.
Fonte: @Tech Mundo
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