ouça este conteúdo
Crianças são ‘proibidas’ de festas católicas por influência neopentecostal. Escolas ‘progressistas’ ampliam recorte para incluir outras culturas nas comemorações.
Por que as festas juninas das escolas estão recebendo outros nomes nos últimos anos, como ‘festa da colheita’ e ‘festa da tradição’? E por qual motivo alguns colégios até desistiram de juntar as crianças para dançar quadrilha e brincar de pescaria?
Por que as festas de São João, festas de Santo Antônio, festas de São Pedro das escolas estão recebendo outros nomes nos últimos anos, como ‘festa da colheita’ e ‘festa da tradição’? E por qual motivo alguns colégios até desistiram de juntar as crianças para dançar quadrilha e brincar de pescaria? As festas juninas têm sido adaptadas para atender às novas demandas e realidades das escolas.
Festas Juninas: Tradição e Religião
As festas juninas são eventos tradicionais que celebram não apenas São João, Santo Antônio e São Pedro, mas também a colheita, a tradição e o crescimento cultural do Brasil. No entanto, com o aumento das religiões neopentecostais, algumas escolas têm enfrentado desafios em manter essas celebrações, devido a restrições religiosas de alguns alunos.
Em meio a essas mudanças, algumas instituições têm optado por adaptar as festas de São João, Santo Antônio e São Pedro para incluir outras tradições culturais brasileiras. Por exemplo, na Escola Vera Cruz, em São Paulo, as festividades passaram a abranger um cortejo afro inspirado em São Luís do Paraitinga, em vez de se concentrar apenas na tradicional quadrilha.
Para alguns especialistas, como o professor Amailton Azevedo, da PUC-SP, abandonar as festas juninas é um equívoco histórico e pedagógico. Ele destaca a importância dessas celebrações como um patrimônio cultural valioso, que mistura influências portuguesas, afro-indígenas e brasileiras. A tradição das festas juninas, segundo Azevedo, não deve ser ignorada em prol de outras comemorações.
Por outro lado, a antropóloga Denise Pimenta, da USP, reconhece a necessidade de adaptação das festas juninas diante das mudanças sociais e religiosas. Ela aponta para uma possível transição das festas de São João, Santo Antônio e São Pedro para celebrações mais genéricas, como a ‘festa das tradições’, refletindo a diversidade cultural do país.
Em meio a essas transformações, é fundamental lembrar que as festas juninas não estão morrendo, mas sim se adaptando para permanecerem relevantes e inclusivas em um contexto de mudanças culturais e religiosas. A celebração das festas de São João, Santo Antônio e São Pedro pode evoluir para abraçar novas tradições, sem perder sua essência e significado histórico.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo