Família de Christian Esmério afirma que clube de regatas adotou postura mais empática e consciente após a tragédia do ninho.
Em 2019, o Flamengo registrou um dos episódios mais trágicos da sua história, marcado por um incêndio que impactou profundamente a comunidade esportiva e a sociedade brasileira. O Flamengo celebrou um acordo com a família de Christian Esmério, única família ainda em busca de apoio financeiro, após o incêndio no Ninho do Urubu naquele ano. O acordo foi um passo importante em direção ao fechamento de um capítulo sombrio, mas que não deve ser esquecido.
As chamas que consumiram o Ninho do Urubu em 2019 foram uma calamidade para a família de Christian Esmério, cujo jovem filho tinha apenas 15 anos quando perdeu a vida. O goleiro, com grande potencial, era um dos principais jogadores da equipe de base, tendo sido monitorado pelo exterior antes da tragédia. O incendiário que ateou fogo no local não foi identificado, mas a catástrofe foi amplamente coberta pela mídia, abrindo um debate sobre segurança e responsabilidade nos estádios esportivos. O Flamengo pagará ao menos R$ 21,7 milhões de indenização para a família de Christian Esmério, após acordo que resolveu os processo movido na justiça.
Um Passo em Direção à Justiça e à Paz
O Flamengo, ao adotar uma postura mais empática e consciente, reconheceu que a tragédia transcende questões financeiras, honrando a memória do jovem atleta, vítima do incêndio devastador que atingiu o Ninho do Urubu em 2019. O clube, liderado por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, desde a eleição de dezembro, demonstrou um compromisso inédito em abordar o fogo que consumiu a vida de 10 jovens atletas, incluindo Christian Esmério.
Os advogados Louis de Casteja, Fernando Cesar Leite, Antônio Sergio Pereira Conçalves e Aguinaldo Silva Dias Junior, que representam a família Esmério, emitiram uma nota oficial elogiando a mudança de postura do clube de regatas. Veja a seguir:
Um Acordo de Compromisso e Empatia
‘O Flamengo, ao adotar uma postura mais empática e consciente, reconheceu que a tragédia transcende questões financeiras, honrando a memória do jovem atleta. Desta forma, considerando o sigilo estabelecido no processo e no acordo firmado com o clube de regatas do Flamengo, a família e seus advogados não irão se manifestar acerca dos termos acordados.’
O incendiário responsável pelo fogo que destruiu o Ninho do Urubu ainda não foi punido criminalmente. No entanto, a Justiça condenou o Flamengo a pagar R$ 2,82 milhões de danos morais para os pais de Christian (valor a ser dividido igualmente entre eles) e R$ 120 mil ao irmão, além de uma pensão mensal de R$ 7 mil, que já vinha sendo paga de forma voluntária pelo clube, até 2048 ou até o falecimento dos genitores.
O valor da indenização não foi revelado e está protegido sob cláusula de confidencialidade no acordo pactuado na Justiça. No ano passado, a Justiça condenou o Flamengo a pagar R$ 2,82 milhões de danos morais para os pais de Christian (valor a ser dividido igualmente entre eles) e R$ 120 mil ao irmão.
A Memória dos Jovens Atletas não será Esquecida
Desde 2019, a torcida do Flamengo canta em todo minuto 10 dos jogos uma música como forma de luto pelos 10 garotos do Ninho e para não deixar as mortes caírem no esquecimento. Em 2022, três anos depois do incêndio, considerado a maior tragédia da história rubro-negra, o clube inaugurou uma capela ecumênica no CT como forma de homenagem às famílias. Em 2024, foi lançado o livro ‘Longe do Ninho’, de Daniela Arbex, que conta a história dessa calamidade.
Alguns pais costumam comparecer à missa organizada pelo Flamengo no Ninho do Urubu em todo dia 8 de fevereiro, desde a morte dos meninos. O clube também homenageia os jovens atletas no museu do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea.
Ao Longo do Caminho da Justiça e da Paz
O Flamengo entende que não há dinheiro no mundo que possa aplacar a dor pela perda de um filho ou de um irmão, mas continuar litigando, consideradas as circunstâncias do caso concreto, poderia impor ainda maior sofrimento à família. Alguns pais ainda lutam para cobrar justiça e indenização pelos danos causados pelo fogo que consumiu o Ninho do Urubu.
A seleção de base do Flamengo já retornou ao CT após a tragédia, mas a memória dos jovens atletas não será esquecida. O clube continua a lutar por justiça e indenização para as famílias afetadas. A catástrofe que atingiu o Ninho do Urubu em 2019 será lembrada por gerações a vir.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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