Seleção sub-23 da Rússia derrota por 4 a 0, com presentes para torcedores e músicas, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em um Estádio, com Ronaldo Luís Nazário de Lima como ídolo internacional.
Em um clima de feriado de calor, a Cidade Maravilhosa se transformou em um palco improvisado para jogos de futebol, enquanto a mobilização para o G20 se intensificava. A seleção sub-23 do Brasil não perdera tempo para aproveitar a ausência de líderes mundiais, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
A diplomacia ao estilo brasileiro se faz presente, mesmo que sem a presença de Vladimir Putin na cerimônia de abertura do G20. A mobilização da polícia e dos serviços de segurança é uma garantia de que o evento transcorra sem problemas. Como se sabe, a diplomacia pode ser um jogo de futebol, onde a estratégia e a tática são fundamentais. Enquanto lideres mundiais discutem os destinos do planeta, a Cidade Maravilhosa se transforma em um palco de futebol e diplomacia.
Acidente diplomático contornado por ‘russo carioca’ em clássico
Na manhã desta segunda-feira, dia 25, os russos venceram o São Cristóvão por 4 a 0 na Zona Norte da cidade, em partida no Estádio Ronaldo Luís Nazário de Lima. A entrada gratuita para o evento atraiu um bom público, predominantemente jovens que aproveitaram o feriado para assistir ao amistoso. A arquibancada se uniu com músicas que inicialmente dirigiam-se contra os visitantes, mas foram posteriormente enriquecidas com uma criatividade ainda maior, levando a pedidos inusitados ao presidente da Rússia, Putin. Haaland e Olaria também foram alvos, mas o maior foco recaiu sobre Nikita Saltykov, camisa 25 da Rússia, que deu a chuteira do jogo a um torcedor como presente.
A tensão começou antes da partida, mas não entre os jogadores. O acidente diplomático ocorreu quando as bandeiras de Rússia, São Cristóvão, Brasil e Rio de Janeiro foram colocadas no gramado. A bandeira russa foi colocada de cabeça para baixo, o que irritou a delegação visitante. Sergio Andrade, morador de Copacabana que foi até o estádio para torcer pela Rússia, mediou a situação. Como Putin não veio ao Rio de Janeiro, Sergio, que aprendeu o russo para conversar com professores do mestrado, colocou-se na posição de mediar o conflito entre o país e a Ucrânia.
– As relações internacionais vão ficar complicadas aqui. A moça ficou chateadaça, mas agora está tudo resolvido. Eu sei falar um pouco de ucraniano, então poderia ajustar – disse Sergio.
Sergio não estava sozinho. Torcedor do CSKA, ele estava com Rennan Rebello, dono do canal ‘Rússia em Português’. Flamenguistas no Brasil, os dois são ‘rivais’ em território estrangeiro, já que Rennan é torcedor do Spartak. Em São Cristóvão, os cariocas torceram pela Rússia com uniforme vermelho. Rennan foi confundido com a delegação russa e tornou-se celebridade. Depois do jogo, quando alguns torcedores pediram camisa e foto, ele respondeu com um português bem claro: ‘Eu sou de São Gonçalo, pô’. Sergio recebeu uma camisa de treino de presente.
Diego Soeiro, morador de São Cristóvão e torcedor do Vasco da Gama, não aprovou a torcida pelos adversários, mas tirou foto com os jogadores russos depois do jogo. ‘Expulso’ de casa pela mãe no feriadão, ele foi com o irmão, Vinicius, para o estádio, e apoiou o Tóvão até o fim.
– Feriado, nada para fazer… minha mãe meio que me expulsou de casa, então estou aqui. Moro a minha vida inteira aqui. Não pode (torcer para a Rússia). Hoje é São Cristóvão. Família russa Além de Sergio e Rennan, outros ‘russos cariocas’ também estavam do lado visitante. Um pequeno menino loiro corria pela arquibancada do estádio com provocações aos torcedores do São Cristóvão. David, de 12 anos, estava acompanhado do pai, Igor, e comemorou todos os gols com muito entusiasmo. Os dois são naturais de Moscou, capital da Rússia, e moram no Brasil desde 2019. Botafoguense, David joga no campo do São Cristóvão.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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