Redução da tonalidade vermelha das células, comum em anemias, é conhecida como hipocromia.
Hipocromia é a designação de uma diminuição na tonalidade avermelhada (hemoglobina) das células vermelhas – as hemácias – e está relacionada à redução da hemoglobina dentro desta célula. Essa condição pode ser detectada por meio do exame de sangue completo, utilizando o parâmetro HCM (hemoglobina corpuscular média).
A presença de hipocromia pode indicar uma deficiência de ferro no organismo, resultando em palidez e outros sintomas associados. É importante investigar as causas dessa alteração e buscar o tratamento adequado para restabelecer o equilíbrio no corpo.
Hipocromia: definição e diagnóstico
Valores entre 28 e 34 pg (picogramas por glóbulo) são considerados normais, enquanto os inferiores a 28 pg já são considerados hipocromia. O achado do hemograma pode ser confirmado pelo esfregaço de sangue periférico, um teste que permite a visualização no microscópio das células do sangue. Com o microscópio, encontram-se normalmente até 5 células hipocrômicas. Se forem encontradas entre 6 e 15, há uma hipocromia leve. Esta é moderada entre 16 e 30 células e intensa quando mais de 30 células estão hipocrômicas.
Causas e associações da Hipocromia
De acordo com o hematologista Rubens Zalton, membro da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), as causas da hipocromia são as anemias, em especial aquelas causadas pela carência do ferro (ferropênica). Outras anemias, como a talassemia, também podem cursar com hipocromia. Por isso, a simples presença deste achado no hemograma não é capaz de fechar um diagnóstico da Hipocromia, pelo menos não isoladamente.
Hipocromia, microcitose e anisocitose: relações e diagnóstico
A anemia ferropriva, que decorre da deficiência de ferro no organismo, e a talassemia, uma desordem hereditária que pode causar anemia, compartilham tanto da hipocromia como da microcitose – um termo que se refere a hemácias mais pálidas e menores, pois não há produção normal de hemoglobina, segundo Jacques Tabacof, hematologista do CPO Oncoclínicas. Já a anisocitose indica uma disparidade no tamanho das hemácias: se mais de 14% das hemácias estão em volume desproporcional (maior ou menor que o normal), é caracterizado o quadro de anisocitose. Este também é um achado comum na anemia carencial. Uma pessoa que apresenta anemia com microcitose, hipocromia e anisocitose provavelmente tem o diagnóstico de anemia por deficiência de ferro. São parâmetros utilizados no hemograma que complementam o diagnóstico e a possível causa da anemia.
Sintomas associados à Hipocromia
Como não constitui uma doença em si, em geral os sintomas presentes em quem apresenta hipocromia costumam ser os decorrentes da anemia causadora do quadro: Fadiga, Mal estar, Sonolência, Astenia, Fraqueza. Pessoas com hipocromia também podem vivenciar uma eventual alteração na pele, como a alteração da cor, em geral mais pálida que o habitual, bem comum na hipocromia severa. Já em casos leves, pele e mucosas são inalteradas. É importante não confundir hipocromia no hemograma com lesões hipocrômicas na pele, que seriam ‘pintas’ ou ‘manchas’ claras na pele, com inúmeras causas, como hanseníase ou vitiligo, por exemplo, acrescenta Juliane Garcez Musacchio, hematologista da Oncoclínicas.
Tratamento da Hipocromia
Não se trata a hipocromia em si, mas sim a anemia. No caso da anemia ferropriva, o tratamento adequado é a reposição de ferro. Já no caso da talassemia, o que se deve repor são vitaminas, como o ácido fólico.
Fonte: @ Minha Vida
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