Gestora afirma que ‘pacote’ fiscal de Haddad é relevante, oferecendo estratégia para desvalorização do real, alinhada com metas de crescimento acelerado e gestão dos riscos de inflação.
A desvalorização da moeda brasileira, a despeito dos esforços do governo, tem gerado uma perda de confiança no mercado financeiro. Isso foi acelerado pela decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de rever o modelo de intervenção nas trocas, após a demissão de seu antecessor, Roberto Campos Neto, pelo presidente Jair Bolsonaro.
A desvalorização da moeda é um fator relevante, pois afeta a baixa valor da moeda, ou seja, a perda de valor da moeda em relação a outras moedas estrangeiras. Isso pode levar a uma perda de poder de compra, fazendo com que os preços dos produtos e serviços aumentem, e a moeda perder valor. Nesse contexto, a opção de desvalorização é considerada uma medida de ajuste fiscal, que pode ser utilizada para estimular a economia, mas também pode ter consequências negativas, como a desvalorização da moeda.
Desvalorização: O Ponto de Inflexão para a Economia
A percepção de valor compartilhado pela maioria dos agentes econômicos encontra-se em desacordo com a realidade atual, pois a casa está ‘tomada’ em juros nominais altos e inflação implícita, enquanto é vendida em moeda real, em linha com a desvalorização. Nesse contexto, a Ibiuna destaca a carta escrita em outubro, que aponta o ‘pacote’ fiscal de Haddad como um dos eventos mais esperados em novembro, especialmente em relação à recuperação da credibilidade da âncora fiscal no Brasil.
Desde o início do ano, ficou evidente que a estratégia de ajuste baseada no ‘arcabouço fiscal’ não era suficiente para estabilizar a dívida pública a médio prazo. Essa constatação tem impacto na curva de juros, na cotação do real, na bolsa e nas expectativas de inflação, tornando a desvalorização um risco crescente. A urgência de uma mudança de rumos ficou ainda mais relevante após a constatação de que o forte crescimento da economia, a desvalorização cambial acelerada e a desancoragem de expectativas ameaçam o cumprimento das metas de inflação de 2025 e 2026.
O Banco Central, em resposta a essa situação, iniciou um ciclo de aperto dos juros, o que teve impacto na dinâmica da dívida pública. A Ibiuna, liderada por ex-diretores do Banco Central, destaca que essa medida foi necessária para prevenir uma baixa ainda maior do valor da moeda e para lidar com as pressões inflacionárias subjacentes. Além disso, os profissionais da Ibiuna destacam as eleições nos Estados Unidos como um evento externo que pode influenciar a economia brasileira.
A incerteza sobre o resultado da eleição dificulta a alocação de risco em cenários distintos, levando a uma redução de posições e à montagem de ‘hedges’ nos mercados americanos. Nesse momento, a Ibiuna mantém posições ‘tomadas’ em juros nos EUA e reduziu posições aplicadas em países desenvolvidos e emergentes. Na renda variável, a Ibiuna mantém exposição tática a índices futuros de ações nos EUA e segue com posição tática comprada em ouro, buscando proteger seu capital em um cenário de desvalorização.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo