Aversão ao risco e conflito exterior não afetam o índice brasileiro, que se mantém em alta graças à valorização das commodities e melhora da nota de crédito do Brasil.
No mercado financeiro brasileiro, o Ibovespa é considerado o principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa. No entanto, o Ibovespa enfrentou uma forte pressão devido a fatores internos e externos, que afetaram negativamente o seu desempenho.
Com o agravamento do conflito entre Israel e seus vizinhos, o índice Ibovespa não conseguiu manter a estabilidade e sofreu uma queda significativa. Isso reflete a instabilidade do mercado de ações brasileira, que é altamente sensível a mudanças políticas e econômicas globais. Além disso, a bolsa brasileira também foi afetada pela incerteza política e econômica, o que levou a uma redução no valor das ações negociadas.
O Ibovespa e o Mercado Brasileiro em Tempos de Incerteza
A aversão a risco causada por tensões geopolíticas tem um impacto significativo no mercado brasileiro, especialmente considerando que cerca de 55% dos investidores estrangeiros movimentam a bolsa brasileira. Além disso, o aumento dos juros no país continua a limitar os ganhos na renda variável. O Ibovespa, índice que reflete o desempenho do mercado de ações brasileiro, caiu 1,38% e fechou em 131.672 pontos, mantendo perdas de 1,87% no acumulado do ano.
O giro financeiro da carteira teórica foi de R$ 17,3 bilhões, ligeiramente acima da média diária dos últimos 12 meses, que é de R$ 16,6 bilhões. Esse movimento reflete a incerteza e a aversão a risco que permeiam o mercado.
O Conflito e o Risco no Mercado
Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, destaca que o cálculo de risco e retorno baseado em variáveis como inflação, taxa de juros, valuation das empresas e lucros é fundamental, mas agora surge a variável conflito, capaz de abalar qualquer tese de investimento fundamentada em premissas econômicas. As tensões entre Israel, Irã e Líbano têm pautado o mercado durante toda a semana, mas o Ibovespa conseguiu escapar da onda de aversão à renda variável em alguns momentos.
O índice brasileiro tem uma forte participação de commodities, como petróleo e minério de ferro, que têm valorizado recentemente. A Vale, que chegou a ter perdas de 19% no ano, reagiu fortemente aos anúncios de medidas que devem acelerar o PIB chinês e aumentar a demanda por minério de ferro. A disparada do petróleo também teve grande peso no desempenho do índice brasileiro, desencadeando a valorização da Petrobras e outras empresas do setor.
O Impacto das Commodities no Ibovespa
Somente Vale e Petrobras correspondem a quase 25% do Ibovespa, o que significa que quando essas empresas têm valorização expressiva, elas podem arrastar o índice para cima. No entanto, nem o movimento de alta das petroleiras foi capaz de conter a queda da carteira teórica.
A valorização de commodities ajudou o real a se valorizar ante o dólar, mesmo diante de um cenário de incerteza. O dólar, que é um ativo de segurança, tende a subir em situações de estresse do mercado. No entanto, hoje o dólar voltou a subir, encerrando o dia a R$ 5,47, uma alta de 0,54%. No acumulado do mês, o dólar avança 0,49%, e no ano, a valorização chega a 12,80%.
Juros e Nota de Crédito do Brasil
O mais recente bote de salvação do Ibovespa foi a melhora da nota de crédito do Brasil, anunciada pela Moody’s Local. A avaliação beneficiou os ativos locais, de ações a juros. Ontem, houve momentos em que todos os 86 papéis da carteira teórica subiram ao mesmo tempo. A bolsa foi inundada por otimismo. No entanto, nesta quinta-feira (3), a euforia deu lugar à cautela, na medida em que o mercado digeriu não só os efeitos da guerra, mas também os indicadores econômicos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo