Ações: Investidores focam em balanços trimestrais e movimento dos juros.
O mercado de ações brasileiro, representado pelo Ibovespa, manteve-se estável em uma quinta-feira de fevereiro, uma vez que ambos os pesos-pesados do índice, Vale e Petrobras, não se manifestaram de maneira significativa.
Com os investidores em modo de espera, o índice de ações manteve a tendência de não superar as altas de março de 2022. A não participação da bolsa de valores em movimentos significativos não foi suficiente para mover a cotação, que terminou o dia sem grandes variações. O ambiente foi favorável apenas para evitar a queda do Ibovespa em campo negativo, com a Petrobras liderando o movimento. Mas, mesmo com os esforços da Petrobras, o índice de ações ainda não conseguiu superar o desempenho de março do ano passado. O que permanece claro é que o Ibovespa ainda precisa de um impulso significativo para superar a alta alcançada em março de 2022, e a bolsa de valores ainda está em processo de recuperação desde então.
Expectativas em alta em meio a incerteza política
O mercado financeiro brasileiro segue em um estado de alerta máximo, aguardando o anúncio do pacote de corte de gastos prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Enquanto isso, os investidores analisam os resultados das empresas no terceiro trimestre e os movimentos dos juros no país e nos Estados Unidos. O Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores, permaneceu estável, com um pequeno avanço de 0,05%, aos 127.792 pontos, ainda em seu patamar mais baixo em três meses. No acumulado do ano, as perdas são de 4,76%.
O volume de negócios entre as 86 ações da carteira teórica foi de R$ 21 bilhões, acima da média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses. Essa alta demanda se deve, em parte, ao vencimento de contratos de opções, que geraram mais movimentações na bolsa. Embora o índice tenha encontrado um impulso momentâneo na expectativa de que um comunicado sobre o corte de gastos pudesse ser divulgado em breve, a bolsa voltou a perder fôlego à medida que o dia avançou.
Retorno dos contratos futuros de Depósito Intrabancário
Durante o dia, os retornos dos contratos futuros de Depósito Intrabancário (DI) mostraram um aumento, especialmente nas taxas para os contratos de vencimento mais longo. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 13,18% para 13,21% ao ano. Além disso, os prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic, enquanto as taxas para o médio prazo apresentaram oscilações de 0,04%.
A curva de 10 anos da DI mostrou um aumento nas taxas, com o maior aumento para os contratos de vencimento mais longo. Já os vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo. A falta de uma sinalização mais firme do governo, que traga detalhes sobre datas e medidas para o corte de gastos, mantém o mercado em uma situação de incerteza, o que pode levar a mais juros.
Efeitos da política monetária nos Estados Unidos
A eleição do presidente Donald Trump para a Casa Branca adicionou uma dose de incerteza ao mercado, levando a uma busca por dólar, o que enfraquece outras moedas, em especial aquelas de países emergentes como o Brasil. A divisa americana é considerada um ativo de proteção, então a procura por ela aumenta em momentos de instabilidade ou dúvidas. Além disso, os juros nos Estados Unidos subiram mais uma vez, após comentários do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, que disse não haver pressa para cortar as taxas.
A economia americana se mostra forte, o que pode desacelerar a redução de juros que o mercado tanto anseia. A moeda americana, o dólar, avançou 0,91% na semana e, nesta quinta-feira, registrou queda de 0,01%, a R$ 5,79. No mês, avança 0,14% e, no ano, 19,31%. O real já vinha sofrendo com a retirada de recursos gringos, desvalorização das commodities e os juros altos nos Estados Unidos. O agravamento da percepção de risco fiscal deixou tudo ainda pior.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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