Ibovespa estável, sem impulso interno ou externo, devido a corte de gastos, taxas de juros altas e escassez de dólar, mercados de commodities em queda, renda variável e fluxo de recursos derrubados.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo está trabalhando em um pacote de medidas de ajuste fiscal, com o objetivo de reduzir o pacote de gastos e diminuir a pressão sobre o dólar, que está refém da situação atual.
Além disso, o ministro confirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, recebeu um esboço do plano de redução de despesas, que visa atenuar a crise econômica refém do pacote de corte de gastos, lembrando que a apresentação do plano está prevista para acontecer em breve, mas sem precisar a data exata. É necessário fazer uma gestão mais racional e eficiente dos recursos disponíveis para garantir uma retomada sustentável da economia, sem comprometer a estabilidade financeira do país.
Fluxo de Investimentos e Sinalização Governamental
Durante o período em que o pacote fiscal não foi anunciado, o mercado permaneceu em uma fase de estabilidade, com a Bolsa de Valores (B3) registrando um avanço leve de 0,03% e o Ibovespa alcançando 127.734 pontos, semelhante ao patamar mais baixo em três meses. Este cenário se manteve por conta da inversão de sinal, que aliviou as taxas de juros mais longas e permitiu que a bolsa zerasse perdas.
Entretanto, o mercado continua a ser afetado por vários fatores, incluindo a questão fiscal, que é considerada uma das principais razões para a inação dos investidores. Além disso, a renda fixa está muito atraente, com ganhos acima de 11% ao ano, o que reduz a motivação de investir em renda variável. Este cenário se repete em outras partes do mundo, onde a saída de recursos estrangeiros da B3 ultrapassou os R$ 30 bilhões em 2024.
A saída desses recursos não apenas impacta negativamente o Ibovespa, mas também contribui para uma escassez de dólar, o que faz com que a moeda suba ante o real. No acumulado do ano, o dólar comercial subiu quase 20%, e em outubro, avançou mais 0,36%, negociado a R$ 5,79. Este aumento é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a retirada de recursos estrangeiros, a desvalorização das commodities, e os juros altos nos Estados Unidos.
O agravamento da percepção de risco fiscal no Brasil acelerou o desgaste da nossa moeda, com uma perda de 2% em apenas uma semana. A eleição do presidente Donald Trump para a Casa Branca acrescentou uma dose de incerteza que também levou a um aumento na busca por dólar, o que enfraquece outras moedas, sobretudo aquelas de países emergentes como o Brasil. A divisa americana é considerada um ativo de proteção, por isso a procura por ela aumenta em momentos de instabilidade ou dúvidas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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