Jean Jereissati citou R$ 1,1 bilhão em custos com imposto de renda no terceiro trimestre. A alíquota efetiva pesa no mix de produtos.
Em um país com uma complexidade fiscal tão grande quanto o Brasil, não é de se admirar que as empresas enfrentem desafios para lidar com os impostos. O sistema tributário brasileiro é frequentemente descrito como um labirinto, onde as empresas devem navegar por uma vasta gama de leis e regulamentações para evitar erros e multas. E é exatamente isso que aconteceu com a Ambev, uma das maiores empresas de bebidas do mundo, que recentemente divulgou sua call de resultados de 2022.
Segundo a Ambev, o diretor-presidente Jean Jereissati atribuiu a queda no lucro líquido ao ‘já conhecido desafio tributário brasileiro’. O executivo destacou que os custos com imposto de renda somaram R$ 1,1 bilhão no período, representando uma alíquota efetiva de 24% no trimestre. Isso é um alerta para as empresas que operam no país, onde a carga tributária é extremamente alta. A falta de transparência e simplicidade em nossos impostos é um obstáculo significativo para o crescimento econômico. É hora de refletir sobre como melhorar o sistema tributário brasileiro para assegurar que as empresas possam operar de forma sustentável e contribuir para o desenvolvimento do país.
Desafios em Alta
Na divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre, a Ambev enfrentou desafios significativos, com o lucro líquido de R$ 3,5 bilhões apresentando uma redução de 11,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, influenciado por implicações de impostos. Além disso, a receita líquida da companhia avançou 8,8% no trimestre, alcançando R$ 22 bilhões, enquanto a receita líquida da divisão de cervejas registrou um crescimento de 3,5% no período.
Impactos em Diversos Setores
A Ambev enfrentou um cenário complexo em operações internacionais e no mercado de cerveja do Brasil, resultando em uma redução de 0,6% no volume de 45,06 milhões de hectolitros no trimestre. No entanto, a divisão de cervejas premium se destacou, enquanto as cervejas do segmento de entrada, como Brahma e Skol, perderam espaço. Em resposta, a Ambev está ajustando seu mix de produtos e sua estratégia de oferta ao público, com foco nas vendas maiores por pacotes e reduzindo o preço. Essa mudança estratégica visa recuperar o fôlego do segmento de entrada, reforçar sua presença no segmento premium e atender às preferências do consumidor.
Desafios Regionais
A América do Sul foi especialmente desafiadora no trimestre, com uma queda de 7,7% nos volumes em meio a um momento complexo na Argentina. Além disso, o mau tempo no Paraguai e a situação econômica na Bolívia também afetaram a produção e a demanda da Ambev. No entanto, a Bolívia apresentou um crescimento de 20% nos volumes com as marcas de acesso, enquanto o Chile apresentou um crescimento de 6,9% com foco nas cervejas premium.
Perspectivas Futuras
A Ambev está otimista em relação ao futuro, especialmente em relação à Argentina, que foi um dos principais desafios no trimestre. Segundo Jereissati, a maré negativa deve se encerrar em 2024, permitindo que o país retorne ao positivo em 2025. Além disso, a Ebtida da Ambev atingiu R$ 7 bilhões, com uma alta de 7,3% no período, enquanto a margem de imposto efetiva de renda foi de 20,5% no trimestre. A Ambev está se movendo em direção a uma estratégia mais sólida e eficaz para superar os desafios e maximizar o potencial de crescimento.
Fonte: @ NEO FEED
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