Polícia Federal e ICMBio investigam causas das chamas no Parque Nacional do Instituto Chico Mendes, sob monitoramento do Ministério do Meio Ambiente.
Após dias de luta contra o incêndio que devastava a vegetação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, a mudança de tempo no Sudeste do país trouxe alívio. As chuvas que caíram na região foram fundamentais para controlar as chamas que consumiam a área.
O biólogo Ernesto Viveiros de Castro, chefe do parque, confirmou que o incêndio foi extinto após as chuvas que caíram na região. “O fogo foi controlado e não há mais queimadas na área”, afirmou à Agência Brasil nesta quarta-feira (18). A notícia é um alívio para os moradores da região e para os funcionários do parque, que trabalharam incansavelmente para combater o incêndio. Agora, o foco é na recuperação da área afetada.
Incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), abrange uma área de 20 mil hectares protegidos nos municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim. O parque é conhecido por suas cachoeiras, trilhas e o pico Dedo de Deus, considerado o marco inicial da escalada no país. Além disso, o parque abriga mais de 2,8 mil espécies de plantas e mais de 750 de aves, mamíferos, anfíbios e répteis.
No entanto, o parque recentemente enfrentou um incêndio que começou no dia 10 de setembro e atingiu uma área de difícil acesso conhecida como Travessia Cobiçado x Ventania. O combate ao fogo foi realizado por 60 pessoas, sendo 36 ligadas ao ICMBio e 24 bombeiros, com o uso de aeronaves e trincheiras para conter o avanço das chamas. A Polícia Federal e ICMBio investigam a causa do incêndio, que pode ter sido criminosa.
Investigação e Prevenção
A administração do parque informa que o ponto de origem do incêndio foi identificado nas áreas rurais vizinhas ao parque, com indícios de que a causa tenha sido criminosa. A Polícia Federal e ICMBio estão investigando o caso. Além disso, a administração do parque reforça que é proibido usar fogo durante o período de seca, seja para queimar lixo ou limpar áreas agrícolas, pois a prática é perigosa e passível de punições severas.
O Brasil está enfrentando uma onda de queimadas e incêndios florestais em 2024. De janeiro a agosto, as chamas atingiram 11,39 milhões de hectares, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, tem dito que, no cenário atual, à exceção de causas naturais, ‘qualquer incêndio se caracteriza como criminoso’. Ela tem reforçado que vigora uma proibição do uso do fogo em todo território nacional.
Reunião dos Três Poderes
Os chefes dos Três Poderes da República se reuniram para tratar do tema dos incêndios e queimadas. A reunião, no Palácio do Planalto, em Brasília, foi uma iniciativa do presidente Lula, que recebeu os presidentes do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Ministros também participaram do encontro, entre eles, a titular do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Na conversa, discutiu-se a origem dos incêndios, atribuída em alguns casos à ação criminosa. O aumento de penas a crimes ambientais esteve na pauta.
Fonte: @ Agencia Brasil
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