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Vídeos populares prometem lucro alto, mas diretrizes do YouTube proíbem. Contas hackeadas, responsáveis culpam Fortune Tiger.
Conteúdos ao vivo sobre jogo do tigrinho – um famoso caça-níquel online – têm aparecido em canais do YouTube que abordam diferentes temas, como entretenimento infantil e gastronomia. Essas transmissões, na realidade, consistem em reprises de vídeos previamente gravados nos quais os anfitriões garantem ganhos rápidos. As políticas do YouTube proíbem explicitamente esse tipo de afirmação.
Alguns criadores de conteúdo do YouTube têm recorrido a práticas questionáveis para atrair audiência aos seus canais do YouTube. A plataforma está constantemente atualizando suas diretrizes para coibir a disseminação de informações enganosas e garantir um ambiente seguro para os usuários. É importante que os espectadores estejam atentos e denunciem conteúdos suspeitos encontrados no YouTube.
YouTube: Canais Populares Prometem Lucro com Caça-Níquel Fortune Tiger
Nos comentários do YouTube, são postados links que levam para sites de apostas sediados no exterior. Donos de alguns dos canais do YouTube dizem que tiveram as contas hackeadas. Lives com dezenas de horas de duração sobre o Fortune Tiger (ou jogo do tigrinho), um dos mais famosos caça-níqueis online, têm surgido diariamente em canais populares de YouTube sem qualquer relação com o assunto – como culinária, música e jogos infantis. Em vez de transmissões ao vivo, essas lives são, na verdade, repetições por horas a fio de um mesmo conteúdo gravado.
O conteúdo é sempre o mesmo: um apresentador diz ter encontrado uma falha que permite ganhar muito dinheiro em supostas novas versões do Fortune Tiger, nome oficial do jogo do tigrinho. Em um dos casos, o apresentador diz que lucrou o equivalente a 8 salários em meia hora. O g1 analisou oito lives assim, postadas em sete canais diferentes, que têm entre 1 milhão e 7,2 milhões de seguidores. Sete lives ficaram inacessíveis após a reportagem entrar em contato com os donos dos canais e uma foi removida pelo YouTube por violar as diretrizes da plataforma.
Advogados e especialistas do setor de aposta apontam ilegalidade de lives que promovem apostas como fonte de renda e falsas estratégias para garantir ganho de dinheiro. ‘Jogo é entretenimento e não fonte de renda extra. O jogo regulamentado é randômico e auditável e não há como prever o resultado futuro, a oferta de estratégias que apresentem essa possibilidade são enganosas’, diz a advogada Ana Gatti, diretora de operações da Associação Brasileira dos Bingos Cassinos e Similares (Abrabincs). As regras do YouTube proíbem vídeos que façam promessas exageradas, como afirmar que os espectadores podem enriquecer rapidamente.
Os responsáveis por 2 dos 7 canais (@familiasantana e @leomedeiros) disseram à reportagem que tiveram as contas invadidas e negaram relação com as lives. Os responsáveis pelos canais @SrPedroCanal (jogos infantis), @McArcoIris (conteúdo para adolescentes), @DandoTrela (humor) e @pedrobennington (humor) não responderam até a publicação desta reportagem. O g1 não conseguiu encontrar contato do responsável pelo canal @GahMarinax.
80 comentários iguais de 22 contas diferentes Enquanto as transmissões ocorrem, usuários diferentes postam links para sites de apostas e fazem comentários repetitivos com elogios a essas plataformas. Em um dos vídeos, ao longo de 25 minutos, a mensagem ‘muito boa essa plataforma’ apareceu 80 vezes, postada por 22 contas diferentes. Em outra, o mesmo comentário (‘muito boa essa plataforma’) aparece 49 vezes, postado por 19 perfis diferentes num intervalo de 13 minutos. Essa repetição indica que comentários postados nas lives são automatizados, segundo o especialista de segurança digital Thiago Ayub. A prática de inflar artificialmente comentários para aumentar o engajamento também é proibida pelo YouTube.
Lives promovem links para sites no exterior Além de elogios, nos comentários são postados links de sites de apostas que estão em português, mas
YouTube: Canais do YouTube Promovem Caça-Níquel Fortune Tiger
que têm sede no exterior.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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