Índice de ações industriais subiu 7,5% e encerrou no máximo histórico, enquanto o das 500 maiores empresas avançou 5,73%, ambos na máxima.
As eleições nos Estados Unidos, em particular a vitória do republicano Donald Trump, registraram um impacto significativo nas ações da bolsa. O clima de incerteza e receio em relação às políticas futuras do novo presidente trouxe um aumento na volatilidade dos mercados, fazendo com que os investidores e instituições financeiras se destacassem em sua negociação ações sob a pressão.
Com a percepção de que o novo governo poderia adotar políticas mais isolacionistas e protecionistas, o mercado esperava uma reação negativa nas bolsas. No entanto, o presidente Trump rapidamente anunciou uma série de medidas que visavam estimular o crescimento econômico, como investimentos em infraestrutura, redução de impostos e regulamentações. Isso levou a um aumento na confiança dos investidores, fazendo com que o índice da bolsa de Nova York se recuperasse rapidamente. Além disso, o indicador de investidores institucionais também registrou um aumento significativo, demonstrando um interesse renovado em adquirir ações das empresas que poderiam se beneficiar das políticas futuras do governo. Com essas medidas, o mercado de ações começou a refletir uma visão mais otimista sobre o futuro da economia americana, levando a um crescimento sustentado nas bolsas.
Ações em alta após vitória de Trump
O mandato do presidente-eleito Donald Trump, conhecido por sua postura pró-mercado, trouxe uma onda de otimismo para os investidores, com ações de diversos setores registrando altas significativas. Já que Trump defende a desregulamentação de setores, como o bancário, tende a flexibilizar o escrutínio sobre as grandes empresas de tecnologia e almeja cortar impostos, deixando os investidores eufóricos.
O índice que concentra ações industriais, o Dow Jones, fechou em alta de 7,54%, seu melhor desempenho mensal do ano. Já o indicador das 500 maiores empresas americanas, o S&P 500, fechou em alta de 5,73%, também registrando seu melhor mês do ano. Esse desempenho positivo é em grande parte devido às ações de empresas de tecnologia, que subiram 6,21% e encerraram em 19.218 pontos, desempenho que só não foi melhor que maio, quando teve alta de 6,88%.
Tanto o S&P 500, como o Dow Jones, fecharam novembro em suas máximas históricas, os valores de 6.032 pontos e 44.910 pontos, respectivamente. O novo mandatário americano valorizou as ações de Bancos, que subiram 10,2% (dado a menor chance de regras apertadas e maior atividade de fusões e aquisições); Industriais, que registraram alta de 7,3% (é esperado maior investimento doméstico por conta da expectativa de tarifas contra produtos importados) e papéis de empresas de pequeno e médio porte, que avançaram 10,8%. A valorização aconteceu mesmo diante da expectativa de juros mais altos por mais tempo projetada em seu governo unificado, já que a guerra tarifária contra a China tende a aumentar a inflação no país, analisa Gustavo Campanhã, diretor de renda variável da gestora WHG.
O mês também marcou o final da temporada de resultados das empresas americanas relativa ao 3º trimestre, que veio dentro do esperado, diz o executivo. Novembro foi o mês mais positivo para ações em mais de um ano, com a tesla subindo 38,1% após um resultado do terceiro trimestre robusto no final de outubro. Adicionalmente, a vitória do Trump nas eleições americanas, e o aparente envolvimento do Elon Musk no novo governo, aumentou a esperança dos investidores que o ambiente regulatório para veículos autônomos melhorará significativamente no próximo governo.
Já a Eli Lilly teve desempenho abaixo do mercado no mês, após a nomeação de RFK Jr.para liderar o Departamento de Saúde Pública dos Estados Unidos. RFK Jr. já criticou publicamente os medicamentos GLP-1 para perda de peso, argumentando que não são uma forma saudável de emagrecimento e defendendo mudanças de hábitos como alternativa. Embora o impacto dessa nomeação ainda seja incerto, muitos investidores reduziram suas posições, temendo possíveis notícias negativas que possam afetar o setor, aponta o analista Bruno Klien, da WHG.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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