Pesquisa avaliou 22 mil profissionais de 174 empresas sobre como eles reagem a manipulação, corrupção e comportamentos questionáveis, como pressão para manipulação de dados e que envolvem situações indiretas.
A corrupção é um tema complexo e multifacetado que afeta a sociedade de forma profunda. É comum ouvir falar sobre casos de corrupção em todos os níveis, desde o local de trabalho até os setores públicos, e em muitas ocasiões, esses casos sãoresultado de uma combinação de pressões e manipulações. A manipulação de dados para alterar resultados de projetos ou ações é um exemplo claro disso, onde indivíduos podem se sentir pressionados a aderir a essas práticas por medo de consequências negativas ou assédio.
Além disso, a corrupção pode tomar muitas formas, uma das quais é a corrupção indireta, que se manifesta quando indivíduos cedem a pedidos que, embora não sejam diretos, são influenciados por fatores como vantagens indevidas ou favorecimento de negócios de amigos. Nesse contexto, a corrupção não é apenas uma questão de recebimento de dinheiro; também pode envolver favorecimento, influência indevida e abuso de poder. É importante lembrar que a corrupção não é apenas um problema de indivíduos, mas também de sistemas e estruturas que permitem e protegem essas práticas.
Corrupção corporativa: um problema de ética em empresas
Um estudo do Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental (IPRC) revela a extensão da corrupção em empresas brasileiras. Embora muitos profissionais sejam éticos, uma minoria tem plena capacidade de resistir a ganhos indevidos e comportamentos questionáveis. Corrupção é um problema crônico que afeta diversas indústrias, com 50,2% dos profissionais apresentando uma ‘flexibilidade ética’ em situações que envolvem corrupção corporativa, discriminação ou assédio.
Essa ‘flexibilidade ética’ sugere que muitos profissionais estão dispostos a comprometer seus valores sob certas circunstâncias, conforme explica o IPRC. Para medir a resiliência ética dos profissionais, a pesquisa analisou resultados de testes aplicados ao longo de seis anos com a participação de 22,3 mil pessoas de 174 empresas. A coleta de dados foi conduzida pela S2 Consultoria, especializada em compliance.
A pesquisa avaliou a capacidade dos profissionais enfrentarem sete práticas de risco: desvio de recursos, manipulação de dados, vazamento de informações, assédio moral, assédio sexual e discriminação. Os dados foram coletados a partir de entrevistas de vídeo e texto, em que os trabalhadores tinham que decidir como agir em situações simuladas.
Muita gente pode imaginar que a maioria esmagadora das pessoas é honesta e vai agir de forma ética, mas não é isso que os resultados mostram. O que a gente vê é que a metade dos profissionais age nem sempre sob seus princípios, mas sob pressão.
As respostas foram classificadas em três níveis, a partir da capacidade que os profissionais demonstraram de lidar com comportamentos antiéticos: alta resiliência (forte capacidade de manter decisões éticas); moderada resiliência (predisposição positiva, mas que falha sob cenários mais complexos ou de pressão); baixa resiliência (quem tende a ceder na maioria dos casos).
Três quintos são corruptíveis; jovens e iniciantes são mais suscetíveis à corrupção, enquanto os mais experientes podem ser mais resistentes ao assédio. No geral, apenas 41% dos trabalhadores resistiriam a situações de corrupção, enquanto 12% tendem a sucumbir e 47% poderiam agir de forma flexível conforme as circunstâncias.
Entre profissionais de mais de 50 anos, 56% poderia realizar a prática em algumas situações, percentual que sobe para 62% entre trabalhadores de até 29 anos.
Fonte: @ PEGN
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