Preços menores do minério de ferro afetarão as companhias da América Latina, devido à curva de custos menor e altos estoques no mercado de aço.
O J.P. Morgan prevê que o preço do minério de ferro atingirá US$ 60 por tonelada até o final de 2023, devido à redução da demanda chinesa. O banco de investimentos também espera que a produção de minério de ferro aumente nos próximos anos, o que pode levar a uma oferta excessiva no mercado.
No entanto, o minério de ferro continua sendo uma commodity importante para a economia global, e sua demanda ainda é alta em muitos países. A produção de minério de ferro é um setor crítico para a indústria siderúrgica, e qualquer mudança nos preços pode ter um impacto significativo no mercado. Além disso, a volatilidade dos preços do minério de ferro pode afetar a economia de países que dependem fortemente da exportação desse recurso. O J.P. Morgan também destaca que a China, o maior consumidor de minério de ferro do mundo, está reduzindo sua demanda devido à desaceleração econômica.
Rebaixamento Duplo na Recomendação de Ações
O banco Morgan realizou um rebaixamento duplo na sua recomendação das ações de Usiminas (USIM5), passando de compra para venda, e reduziu o preço-alvo de R$ 11 para R$ 5,50, um valor 6,5% menor do que o fechamento de sexta-feira (20). Além disso, o banco também reduziu o preço-alvo de Vale (VALE3) de R$ 85 para R$ 77, com um potencial de alta de 34,3%, e dos recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 16,50 para US$ 15, com um potencial de alta de 44,2%, mantendo a recomendação de compra.
O banco também reduziu os preços-alvos de Bradespar (BRAP4) de R$ 27,50 para R$ 24, com um potencial de alta de 31,4%, mantendo a recomendação de compra, e o da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de R$ 13,50 para R$ 13, com um potencial de alta de 16,8%, com recomendação neutra.
Perspectiva de Preços Menores do Minério de Ferro
Os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini afirmam que a perspectiva de preços menores do minério de ferro nos próximos anos irá afetar diretamente as companhias da América Latina que lidam com a commodity. Eles reduziram suas perspectivas de preço da tonelada do minério de US$ 115 para US$ 110 neste ano, de US$ 109 para US$ 100 em 2025 e de US$ 98 para US$ 95 em 2026, devido à menor produção de aço na China e altos estoques da commodity.
‘A curva de custos do minério ainda dá alguma sustentação aos preços, mas o menor consumo de aço na China nos próximos anos será pesado’, comentam os analistas. No curto prazo, a sazonalidade pode ajudar os preços a subirem nos próximos meses.
Previsões e Recomendações
A Vale permanece como a preferência do J.P.Morgan no setor, visto que as ações já estão com desempenho abaixo do minério e a companhia vem resolvendo situações de governança importantes, como a sucessão no seu comando. No caso de Usiminas, o banco vê que os custos da siderúrgica não diminuíram no ritmo esperado, o mercado de aço continua pressionado no Brasil e a empresa será prejudicada pelas menores receitas vindas da venda de minério de ferro.
A CSN (CSNA3) ainda se beneficia da diversificação de negócios, mas a CSN Mineração, mantida com recomendação de venda e preço-alvo em R$ 5, deve puxar os resultados consolidados da companhia como um todo para baixo nos próximos trimestres.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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