Medidas em andamento incluem envio de equipes da Força Nacional do SUS para estados atingidos por queimadas, com foco em saúde, prevenção e combate a incêndios.
As queimadas têm sido um problema recorrente no Brasil, afetando não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população. A exposição prolongada à fumaça e ao material particulado pode causar sérios problemas respiratórios e cardíacos. Nesse sentido, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reuniu especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para discutir estratégias de enfrentamento e mitigação dos efeitos das queimadas na saúde pública.
Os incêndios florestais e os focos de queimadas têm sido uma grande preocupação para os especialistas, que destacam a necessidade de uma abordagem integrada para combater esses desastres ambientais. A prevenção é fundamental para evitar que as queimadas se espalhem e causem danos irreparáveis ao meio ambiente e à saúde humana. Durante a reunião, os especialistas discutiram estratégias para reduzir os impactos das queimadas e melhorar a resposta às emergências ambientais.
Queimadas: Desafios para a Saúde Pública
O encontro recente teve como objetivo fortalecer medidas para proteger as comunidades mais afetadas pelas queimadas, com atenção especial para aquelas em situação de maior vulnerabilidade, como trabalhadores ao ar livre, moradores de áreas rurais e indígenas, e pessoas em situação de rua. A ministra destacou a importância de compreender os impactos das queimadas na saúde pública e fornecer recomendações eficazes.
Durante a reunião, foram debatidas estratégias imediatas de prevenção e tratamento das doenças relacionadas aos incêndios florestais, além de orientações gerais à população sobre os cuidados com a saúde. A pesquisadora e professora Mercedes Bustamante enfatizou que a saúde é central em toda a discussão sobre a crise climática. ‘Os resultados de um estudo que fizemos em 2022 sugerem que os incêndios florestais se tornarão mais frequentes e intensos nas próximas décadas. Isso significa que o combate aos incêndios será cada vez mais complexo, uma realidade que já estamos vivenciando.’
Queimadas: Impactos na Saúde e Medidas de Prevenção
Em concordância, Christovam Barcelos, pesquisador da Fiocruz, ressaltou que, em alguns casos, os focos de queimadas ocorrem em áreas já desmatadas. ‘Mas os efeitos chegam a cidades distantes, como Porto Velho, e até mesmo às terras indígenas, que, embora ainda protegidas, acabam recebendo fumaça vinda de centenas de quilômetros de distância. Não se trata apenas da seca — embora ela seja um fator contribuinte —, mas também da ocupação irregular, avanço da fronteira agrícola e desmatamento, que, em conjunto, sobrecarregam o sistema de saúde, resultando em um aumento de doenças respiratórias e, em alguns casos, hospitalizações.’
A médica Margareth Dalcolmo falou sobre a importância da hidratação. ‘Manter essas pessoas hidratadas é crucial. Sabemos que houve um aumento no número de internações e demandas nas emergências por problemas respiratórios, isso reflete o agravamento da situação que estamos vivendo. Medidas simples para umidificar o ambiente ajudam, como o uso de bacias de água, toalhas molhadas e aparelhos de purificação do ar sem produtos químicos. Essas são orientações simples, mas eficazes, especialmente para pessoas idosas ou com doenças respiratórias.’
Combate a Incêndios e Coordenação
A Força Nacional do SUS inicia Missão Seca Extrema, enviando equipes para os estados mais atingidos pela emergência climática. As visitas para análise de situação tiveram início por quatro municípios prioritários do Acre, que sofrem efeitos das queimadas e da seca extrema: Acrelândia, Marechal Thaumaturgo, Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Nesses locais, o acesso está prejudicado pela baixa dos rios e pela falta de visibilidade para voos. Além desses municípios, a comunidade de Espalha, em Rio Branco, também contará com a análise. A coordenação e investimentos crescentes serão necessários para enfrentar essa crise ambiental.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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