Casal catarinense cria moda sustentável a partir de resíduos de tecidos e madeiras de demolição, utilizando tecnologia de Climatech, reflorestamento em áreas coloniais com estilo de fazenda, catálogo de luminárias e programa de capacitação e exportação de móveis.
Com o objetivo de se tornar sustentável e criar um negócio que tivesse um impacto positivo no meio ambiente, os fundadores da Proposta Verde criaram uma empresa focada no ecodesign e na redução de resíduos. Em um contexto de mercado de trabalho incerto, o casal Ana Pisetta e João Dolzan decidiu criar algo que pudesse ser sustentável e trazer benefícios sociais e ambientais.
A partir de 2008, quando a Proposta Verde foi fundada, o casal percebeu que a moda e a sustentabilidade não precisavam estar em conflito. Com a ajuda de especialistas em ecodesign, eles criaram roupas e acessórios que não apenas eram estilosos, mas também sustentáveis. Além disso, a empresa se comprometeu a reduzir os resíduos gerados durante a produção e o consumo, tornando-se um exemplo de como a moda pode ser feita de forma mais responsável.
Em busca da sustentabilidade
O salário de professor, considerado inadequado, e a escassez de oportunidades levaram os empreendedores a buscar alternativas que os permitissem abrir um negócio sustentável. Desde então, eles já atuaram com o ecodesign aplicado em mobiliários e luminárias até chegarem no setor da moda em 2017, onde hoje têm uma linha de moda sustentável.
De ecodesign a moda sustentável
Em busca de ideias, a inspiração surgiu ao observarem o crescente movimento de reutilização de madeira de demolição. Continuar lendo… ‘Queríamos algo com propósito e pensamos: ‘Isso é um negócio sustentável. Por que não fazemos algo assim?” diz a empreendedora. Enquanto muitos se dedicavam a móveis coloniais com estilo de fazenda, o casal decidiu inovar, criando linhas de móveis com design moderno e sustentável.
Resíduos e soluções
A jornada no segmento, porém, não durou muito. ‘Logo que começamos, percebemos que o processo gerava um alto volume de resíduos. A Proposta Verde, com aquela montanha de madeira no pátio, não estava dando certo’, admite. Em busca de uma solução, João se matriculou em uma pós-graduação em ecodesign, em Curitiba (PR), onde aprendeu a transformar resíduos em novos produtos. Um dos resultados foi uma luminária com LED, que levou o casal a expandir seu portfólio, criando uma coleção de luminárias e um catálogo.
Luminárias e ecodesign
Com um produto que poderia ser produzido em escala, eles começaram a se cadastrar em programas de capacitação e passaram a enviar o catálogo para clientes. Inscreveram-se, inclusive, no programa Exporta SC, do Sebrae, que aconteceu em 2015, e selecionou 50 empresas, de um total de 600, para um processo de capacitação e internacionalização, que incluía uma viagem para os Estados Unidos (EUA). Foram dois anos de acompanhamento no total. Contudo, ao tentarem exportar suas luminárias, o casal enfrentou barreiras de certificação que impossibilitaram a venda para o país norte-americano.
De moda sustentável a sucesso
No fim, nunca mandaram nada para os EUA, mas aprenderam muito e mudaram sua postura no mercado nacional. Ana conta que, após a experiência, ela e o marido fizeram o Empretec, do Sebrae, o que foi uma virada de chave. ‘Na capacitação, decidi que venderia essas luminárias em um ano e assim aconteceu.’ As luminárias acabaram sendo vendidas para 55 lojas da Leroy Merlin. ‘Tivemos uma experiência de atuação em escala. O produto pode ser ótimo, mas se o consumidor não estiver preparado para consumi-lo, não vai sair da prateleira’, afirma a empreendedora.
Moda sustentável e colaboração
Naquele momento, a Proposta Verde já estava no processo de migração para a área de moda. Essa mudança de foco levou à colaboração com marcas renomadas. ‘Lançamos uma primeira coleção de acessórios com a Renner, em 2018. Em seguida, conseguimos uma parceria com a Osklen, que é pioneira no Brasil em moda sustentável’, conta Ana. Com a visibilidade, desenvolvemos também uma raquete de tênis com estilo de moda sustentável, que foi um sucesso no mercado.
Fonte: @ PEGN
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