Negros representam mais da metade das vítimas de intervenções policiais em estados brasileiros, conforme estudo
O levantamento revelou que a letalidade policial no Brasil atinge, em sua maioria, a população negra, com uma pessoa negra morrendo a cada quatro horas em intervenções policiais em nove estados do país em 2023.
A Rede de Observatórios da Segurança destacou que os negros representam quase 90% dos mortos em intervenções policiais durante o período analisado. “O impacto da violência policial em comunidades negras é alarmante”, diz o estudo. “É hora de tomar medidas concretas para reduzir a letalidade policial e promover a justiça social”, acrescenta.
Morte e Letalidade Policial no Brasil: Um Problema Estrutural
Em 2023, o Brasil registrou 4.025 mortes decorrentes de intervenção policial, com 2.782 vítimas negras representando 87,8% dos casos com registros de raça e cor. É importante notar que a parcela da população brasileira negra é de 55,5%, conforme o Censo do IBGE de 2022. A subnotificação de dados também é um problema, pois em 856 casos não houve registro da raça da vítima, o que pode indicar uma subnotificação ainda maior das mortes.
A Bahia lidera o ranking de letalidade policial no país, com 1.702 mortos em 2023, dos quais 1.321 eram negros (94,6%). O estado teve um aumento de 162% nas mortes em ações policiais desde 2019, com a maioria concentrada em Salvador (428). O perfil racial dos mortos segue o mesmo padrão do ano anterior, com 87,4% de vítimas negras.
A letalidade policial é um problema estrutural, que afeta não apenas as comunidades negras, mas também a própria estrutura do Estado. Além de ferir a promoção de direitos humanos, a letalidade policial também gera violência contra policiais. O pesquisador Pablo Nunes afirma que os números podem se replicar em todas as regiões do Brasil, incluindo os estados que não foram levantados.
A pesquisa ‘Pele Alvo: mortes que revelam um padrão’ é uma iniciativa anual da Rede de Observatórios da Segurança que busca evidenciar o racismo estrutural presente nas instituições de segurança pública. Os dados são obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto às Secretarias de Segurança Pública e órgãos correlatos de nove estados brasileiros.
A lacuna das políticas públicas que não conseguem acessar e proteger a parcela da população mais vulnerável, como crianças e adolescentes, é um problema grave. Do total de mortos, 243 eram crianças e adolescentes, o que destaca a necessidade de uma abordagem mais eficaz para protegê-los.
Racismo Estrutural e a Letalidade Policial
O racismo estrutural está por trás dos números, afirma o coordenador do estudo. Além de abordar nove estados, o racismo estrutural pode servir de contexto para o alto número de mortes de negros por intervenção policial em todo o Brasil. A letalidade policial é um problema que afeta não apenas as comunidades negras, mas também a própria estrutura do Estado.
Consequências da Letalidade Policial
A letalidade policial tem consequências graves para a sociedade. Além de ferir a promoção de direitos humanos, a letalidade policial também gera violência contra policiais. A pesquisa destaca a necessidade de uma abordagem mais eficaz para proteger a parcela da população mais vulnerável, como crianças e adolescentes.
Ação Política para Resolver o Problema
A lacuna das políticas públicas que não conseguem acessar e proteger a parcela da população mais vulnerável é um problema grave. É necessário que as autoridades tomem medidas concretas para resolver o problema da letalidade policial e do racismo estrutural. A ação política é necessária para garantir que as medidas sejam tomadas para proteger a vida e os direitos das pessoas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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