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Opas recomenda vigilância e vacinação contra infecção transmitida por gotículas, com casos em alta no Brasil, queda na cobertura e restrições na circulação.
Enfermidade conhecida como tosse comprida e provocada por uma bactéria transmitida por gotículas expelidas em momentos de tosse e espirro, a coqueluche ressurgiu como uma questão relevante para os órgãos de saúde ao redor do mundo. A razão para tal preocupação se dá pelo aumento significativo de casos da doença em várias nações, incluindo o Brasil, onde a situação tem se agravado.
Em meio a esse cenário alarmante, é crucial conscientizar a população sobre os sintomas da coqueluche, que incluem tosse persistente e intensa. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para combater a propagação da doença e garantir a saúde de todos. Portanto, é essencial adotar medidas de higiene e buscar assistência médica ao menor sinal de sintomas relacionados à coqueluche.
Alerta da Opas sobre a Situação Epidemiológica da Coqueluche nas Américas
A Organização Pan-Anamericana de Saúde (Opas) emitiu recentemente um alerta preocupante sobre a situação epidemiológica da coqueluche no continente americano, destacando a importância de uma vigilância reforçada e atenção redobrada à cobertura vacinal. No Brasil, nos primeiros seis meses deste ano, houve o registro de quase 1 000 casos suspeitos da doença, indicando uma tendência alarmante. Ao longo de todo o ano de 2023, foram contabilizados 1 465 episódios, e as projeções apontam para um aumento desses números em 2024.
É evidente que a coqueluche, uma vez considerada controlada devido à eficácia das vacinas, está ressurgindo com força devido à queda na cobertura vacinal, especialmente durante o período da pandemia de Covid-19. Esta bactéria altamente contagiosa representa um risco significativo, especialmente para os bebês, e a situação se agrava com a baixa imunização da população.
A Opas destaca que, entre 2010 e 2019, foram reportados aproximadamente 170 000 casos anuais de coqueluche em todo o mundo. No entanto, com as restrições de circulação impostas pela pandemia de Covid-19, esse número diminuiu consideravelmente, chegando a menos de 54 000 casos. Em 2021, esse número foi ainda menor, não ultrapassando os 30 000 casos anuais. Nas Américas, houve uma queda progressiva no número de infecções, de 72 328 casos em 2012 para 3 283 em 2022, mas a cobertura vacinal também foi afetada.
A vacinação contra a coqueluche é fundamental para prevenir a propagação da doença, sendo a vacina tríplice bacteriana o principal imunizante utilizado. Essa vacina, disponibilizada a partir dos 2 meses de vida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é eficaz na prevenção de até 80% dos casos de tosse comprida causados pela bactéria Bordetella pertussis, além de proteger contra o tétano e a difteria.
No segundo semestre de 2023, a Europa começou a registrar um aumento nos casos de coqueluche, e essa tendência se intensificou no primeiro semestre de 2024, com um número de casos superior ao ano anterior. Um cenário semelhante está sendo observado nas Américas, com o Brasil liderando o aumento de casos e outros países também enfrentando a propagação da bactéria.
Diante desse panorama preocupante, a Opas recomenda o fortalecimento da vigilância epidemiológica para compreender a real dimensão do problema e desenvolver estratégias eficazes de contenção. É fundamental aumentar a disponibilidade e o uso de testes diagnósticos para identificar precocemente os casos de coqueluche e adotar medidas adequadas de tratamento e prevenção.
Em meio a essa situação epidemiológica desafiadora, é crucial que a comunidade internacional esteja unida na luta contra a coqueluche, visando proteger a saúde das crianças e garantir um futuro mais seguro e saudável para todos.
Fonte: @ Veja Abril
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